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Dólar cai, e Bolsa renova recorde com sinal de aproximação entre Lula e Trump

Mercado avalia que a tensão entre os dois países foi aliviada quando Trump anunciou encontro com Lula na próxima semana

Mercado reagiu aos discursos de Lula e Trump durante a Assembleia Geral da ONU

O dólar voltou a cair após o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde sinalizou uma aproximação com o seu homônimo brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A moeda americana, que abriu o dia em R$ 5,33, chegou a ser cotada em R$ 5,27, durante a fala do americano nesta terça-feira (23).

O Ibovespa, que reúne as métricas das principais empresas listadas na bolsa, valorizou em 1,19%, a 146,830.94 pontos. Os bons resultados da bolsa aconteceram por volta de 12h25, quando Trump disse que teve um breve encontro com Lula e citou uma “excelente química” com o presidente.

Trump afirmou que o Brasil enfrenta um momento complicado, com “censura e corrupção judicial”, justificando a sobretaxa de 50% para os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Segundo o republicano, o uso das tarifas é para “defender a soberania” americana e a segurança.

Porém, ele afirmou que gostou de Lula e, por isso, marcou um encontro para a próxima semana. “Não tivemos muito tempo para conversar, mas conversamos, tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrar. Ele parece ser um bom homem. Ele gostou de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com quem eu gosto”, disse Trump.

“Sinto muito em dizer que o Brasil está indo mal e vai continuar indo mal. Eles só podem se dar bem quando estão trabalhando com a gente. Sem a gente, eles vão falhar, como outros falharam”, discursou.

Em seu discurso, Lula fez duras críticas ao que considera “ataques ao multilateralismo e à ordem internacional”. Como de praxe, o presidente brasileiro foi o primeiro a discursar no encontro.

Sem mencionar o tarifaço, Lula classificou como “arbitrárias” as pressões americanas contra a economia brasileira. “A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias”, disse.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.