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MPMG vai recorrer de decisão que absolveu Pimentel em caso de uso irregular de aeronaves

A ação, ajuizada em 2021, acusava o ex-governador de uso irregular de aeronaves oficiais e da contratação de funcionárias públicas para atuarem como babás de sua filha

Ex-governador de Minas, Fernando Pimentel (PT)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai recorrer da decisão da Justiça que rejeitou a ação de improbidade administrativa movida contra o ex-governador Fernando Pimentel (PT). A informação foi confirmada à Itatiaia, na noite desta segunda-feira (22), pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte. A 5ª Vara da Fazenda Pública da capital, em decisão assinada pela juíza Mônica Silveira Vieira, considerou improcedentes os pedidos do órgão e afastou a condenação.

A ação, ajuizada em 2021, acusava o ex-governador de uso irregular de aeronaves oficiais e da contratação de funcionárias públicas para atuarem como babás de sua filha. O Ministério Público sustenta que as práticas representavam mau uso de recursos estatais e buscava a condenação de Pimentel, com ressarcimento de mais de R$ 200 mil aos cofres públicos.

Na sentença, a magistrada destacou que as condutas atribuídas ao ex-chefe do Executivo não configuram atos de corrupção. O entendimento foi sustentado na existência de decreto estadual autorizando o uso de aeronaves por motivos de segurança; a competência legal do Gabinete Militar para gerir a residência oficial e seus serviços; e a exigência, conforme a lei atual, de comprovação da intenção consciente de obter vantagem indevida, o que não foi verificado nos autos.

Quanto ao uso das aeronaves, a decisão ressaltou que, entre 2015 e 2018, o Decreto Estadual nº 44.028/2005 permitia expressamente deslocamentos do governador em aeronaves do grupo de transporte especial. Testemunhas ouvidas confirmaram que as viagens eram definidas pela equipe de segurança e logística, e não por determinação direta de Pimentel, afastando a tese de benefício pessoal.

No caso das babás contratadas pela empresa pública MGS, a juíza entendeu que os serviços estavam inseridos no escopo das atividades previstas para a residência oficial, sob responsabilidade do Gabinete Militar.

Em nota, a defesa de Pimentel descartou qualquer irregularidade ou ilegalidade nos deslocamentos no mandato do então governador de Minas Gerais. “A total ausência de ilegalidade também se dá na ilação sobre o uso de dinheiro público para contratação citada no recurso. As acusações, amplamente divulgadas na imprensa e exploradas de forma irresponsável por adversários em períodos eleitorais, se mostram falsas e levianas”, pontua o texto.

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Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.
Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.