O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), confirmou que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, vai comparecer à comissão nesta segunda-feira (15) para prestar depoimento. Mesmo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu a ele o direito de não comparecer, a defesa informou que o investigado deseja apresentar sua versão sobre o esquema que desviou recursos da Previdência Social.
Segundo Viana, a CPMI está preparando um esquema especial de segurança, com apoio da Polícia Legislativa e da Polícia Federal, para garantir tranquilidade durante a sessão. “Ele será recebido e poderá falar livremente na CPMI e dizer aos brasileiros como tudo aconteceu”, afirmou o senador.
O presidente da comissão disse esperar uma colaboração voluntária de Antunes para esclarecer os fatos. “Nós não vamos medir esforços para que a CPMI apresente um resultado aos brasileiros, identifique quem roubou, onde está o dinheiro e garanta a devolução ao Tesouro, porque não é justo com quem paga impostos simplesmente tapar o buraco desse escândalo”, destacou.
Viana acrescentou que outras testemunhas e envolvidos no esquema também devem ser ouvidos nos próximos dias. “Nós temos muito o que dizer ao povo brasileiro e não vamos falhar nessa missão”, completou.
Apesar da garantia de Viana, a defesa do ‘Careca do INSS’ ainda não confirmou se ele irá comparecer.
Prisão
Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, foi preso na sexta-feira (12) junto com o empresário Maurício Camisotti, suspeitos de envolvimento em fraudes que desviaram bilhões de reais da Previdência. Apontado pela Polícia Federal como lobista e facilitador do esquema, Antunes teria transferido R$ 9,3 milhões a pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.
As investigações revelam que associações de aposentados cadastravam beneficiários de forma fraudulenta, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades indevidas. A CPMI do INSS pediu ao STF que autorizasse a participação de Antunes no depoimento, e o ministro André Mendonça liberou a oitiva. Mesmo na condição de investigado, ele poderá se recusar a responder perguntas que possam incriminá-lo.