Câmara de BH procederá com ‘cautela’ em denúncia contra Lucas Ganem, diz Juliano Lopes

O documento, protocolado pelo advogado Guilherme Augusto Soares, acusa Ganem de fraude no domicílio eleitoral e de manter funcionários fantasmas

Presidente da Câmara concedeu coletiva de imprensa no início da tarde desta segunda-feira (1º)

A Câmara Municipal de Belo Horizonte recebeu uma denúncia pedindo a cassação do mandato do vereador Lucas Ganem (Podemos), na manhã desta segunda-feira (1º).

O documento, protocolado pelo advogado Guilherme Augusto Soares, acusa Ganem de fraude no domicílio eleitoral e de manter funcionários fantasmas, uma vez que ele teria nomeado servidores na câmara, que na verdade moram em São Paulo.

O processo será analisado pela Procuradoria-Geral da Câmara, que deve emitir um parecer pela abertura ou rejeição do processo contra Ganem. O parecer deve ser votado pelo plenário da Casa.

Se aberto o processo, uma comissão processante de três parlamentares será sorteada, e o grupo terá 90 dias para tocar os trabalhos e emitir um parecer pela cassação ou absolvição do vereador.

Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, o presidente da Casa, Juliano Lopes (Podemos), detalhou a denúncia e disse que a Câmara procederá com “muita cautela” a partir de agora.

“A Câmara Municipal tem que ter muita cautela para conduzir esse processo, envolve um vereador, mas eu quero deixar bem claro para todo mundo que está presente aqui que a decisão final é do plenário, não é do presidente da Câmara”, explicou.

A reportagem da Itatiaia procurou o vereador na Câmara, mas ele não foi encontrado para comentar as declarações de Juliano Lopes e as acusações dos colegas. Em seu gabinete, funcionários disseram que ele vai esperar a Justiça para se manifestar.

Como a Itatiaia adiantou na última semana, a denúncia por quebra de decoro já era preparada, e a pressão contra a presidência da Câmara era grande para recebê-la e iniciar a tramitação.

Eleito com 10.753 votos e conhecido pela atuação na causa animal, Lucas Ganem está em seu primeiro mandato. Ele passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) no início deste ano sob suspeita de ter declarado à Justiça Eleitoral um endereço em Belo Horizonte onde nunca teria residido, com o objetivo de disputar as eleições na capital.

A possível fraude em domicílio eleitoral provocou incômodo de vereadores eleitos, e que não conseguiram se eleger. A investigação da PF, inclusive, é oriunda de uma denúncia apresentada pelo ex-vereador Rubão, o primeiro na lista de suplentes do Podemos por uma vaga na Câmara da capital.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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