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Justiça suspende nomeação de Luísa Barreto da presidência da Codemge

Deputados de oposição na ALMG abriram uma representação alegando que nomeação da ex-secretária na Codemge viola a Lei das Estatais

Luísa Barreto, no entanto, pode ainda recorrer da decisão.

A Justiça suspendeu, nesta quarta-feira (4), a nomeação de Luísa Barreto (Novo) para a presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).

A ação atende a uma representação protocolada por deputados do bloco de oposição do governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa (ALMG) que alega “desrespeito” à Lei das Estatais.

O trecho específico, usado como argumento pelos parlamentares, veda a indicação para Conselho de Administração e diretoria, qualquer pessoa que tenha atuado nos últimos trinta e seis meses como participante da “estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”.

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Em 2024, a ex-secretária de Estado de Planejamento e Gestão foi anunciada como pré-candidata no Novo à prefeitura de Belo Horizonte, mas desistiu da candidatura para disputar como vice-prefeita na chapa de Mauro Tramonte (Republicanos). Os dois terminaram a disputa em terceiro lugar, ficando de fora do segundo turno.

A defesa de Barreto argumenta que a ex-secretária é servidora pública de carreira e que a restrição da Lei das Estatais não se aplicaria a ela porque a disputa eleitoral foi no âmbito municipal, enquanto a Codemge seria uma empresa estatal.

Na decisão liminar da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de BH, o juiz afirma que lei não específica o âmbito governamental responsável pela aplicação de tais restrições. “A nomeação a cargo de direção de ex-secretário e ex-candidato filiado a partido político, ferem, no mínimo, aos princípios da legalidade e moralidade”, diz trecho.

O deputado Professor Cleiton (PV), líder do bloco de oposição, afirmou que a representação foi feita apenas para que a lei fosse cumprida e para “proteger” a administração pública do “aparelhamento político”. “O Novo tanto critica o aparelhamento da máquina pública, tem utilizado constantemente desse aparelhamento. Basta uma simples pesquisa, para verificarmos a enorme quantidade de filiados políticos que perderam as eleições, mas se encontram nomeados nas diversas secretarias do governo”, disse para a reportagem.

A Itatiaia procurou a assessoria de Luísa Barreto, mas, até o momento, não tivemos resposta. A Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG) informou que não foi notificada da decisão e irá se pronunciar nos autos do processo.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.