O secretário de saúde do Estado, Fábio Baccheretti, é o principal convidado do
Em entrevista à Itatiaia, Baccheretti admitiu que o Estado não tem condições de contratar mais profissionais para atuar na Rede Fhemig, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais, que faz a gestão das unidades de saúde da rede estadual. Segundo o secretário, o governo está impedido de contratar por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece que o limite com despesa pessoal não pode ultrapassar os 49%.
Por conta dessas limitações, Baccheretti também reconheceu à Itatiaia que o Estado não tem condições de assumir a gestão dos Hospitais Regionais e terá que repassá-los a parceiros, instituições filantrópicas e do terceiro setor. O governo está admitindo este cenário antes mesmo de entregar as unidades. Prometidos na campanha de 2022, nenhuma das unidades foi entregue até o momento.
Em Belo Horizonte, sindicatos denunciam um cenário de superlotação no Hospital de Pronto Socorro João XXIII (HPS), referência no atendimento a traumas em Minas. As entidades sindicais afirmam que o cenário piorou após o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL). Ouvintes enviaram imagens para a Itatiaia que mostram corredores lotados de macas no HPS.
Baccheretti negou relação entre a superlotação e o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins. No entanto, reconhece o cenário de corredores cheios de pacientes. O secretário culpa o aumento do número de acidentes de trânsito e diz que a unidade nunca realizou tantos procedimentos.
Para resolver o problema da contratação, o governo Zema enviou um projeto para Assembleia que autoriza que uma empresa, sem fins lucrativos, possa assumir a administração dos hospitais. O Estado quer criar o Serviço Autônomo de Gestão Hospitalar (SSA-Gehosp).
O governo Zema ressalta que a intenção da autarquia, que seria ligada ao serviço público, é ajudar na gestão dos hospitais ligados à Fhemig - Fundação Hospitalar de Minas Gerais, como o João XXIII e outros. Segundo o governo estadual, a ideia é tornar o atendimento mais ágil, eficiente e de melhor qualidade, sem cobrança aos pacientes. O novo modelo seguiria as regras do Sistema Único de Saúde e funcionaria com servidores cedidos pelo Estado, além de recursos e apoio da própria Fhemig.
A oposição na Assembleia, que em sua maioria é contra a iniciativa, afirma que a intenção de Zema é terceirizar o sistema de saúde em Minas Gerais.