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Em meio a denúncias de superlotação do João XXIII, secretário de saúde prestará contas na ALMG

Fábio Baccheretti será questionado pelos deputados estaduais em um momento em que o governo Zema enfrenta uma série de problemas no sistema de Saúde

Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti será ouvido no Assembleia Fiscaliza

O secretário de saúde do Estado, Fábio Baccheretti, é o principal convidado do ‘Assembleia Fiscaliza’ nesta quarta-feira (4). Baccheretti será questionado pelos deputados em um momento em que o governo Zema enfrenta uma série de problemas no sistema de Saúde. A reunião está marcada para às 9h da manhã, na Comissão de Saúde.

Em entrevista à Itatiaia, Baccheretti admitiu que o Estado não tem condições de contratar mais profissionais para atuar na Rede Fhemig, a Fundação Hospitalar de Minas Gerais, que faz a gestão das unidades de saúde da rede estadual. Segundo o secretário, o governo está impedido de contratar por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece que o limite com despesa pessoal não pode ultrapassar os 49%.

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Por conta dessas limitações, Baccheretti também reconheceu à Itatiaia que o Estado não tem condições de assumir a gestão dos Hospitais Regionais e terá que repassá-los a parceiros, instituições filantrópicas e do terceiro setor. O governo está admitindo este cenário antes mesmo de entregar as unidades. Prometidos na campanha de 2022, nenhuma das unidades foi entregue até o momento.

Em Belo Horizonte, sindicatos denunciam um cenário de superlotação no Hospital de Pronto Socorro João XXIII (HPS), referência no atendimento a traumas em Minas. As entidades sindicais afirmam que o cenário piorou após o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL). Ouvintes enviaram imagens para a Itatiaia que mostram corredores lotados de macas no HPS.

Baccheretti negou relação entre a superlotação e o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins. No entanto, reconhece o cenário de corredores cheios de pacientes. O secretário culpa o aumento do número de acidentes de trânsito e diz que a unidade nunca realizou tantos procedimentos.

Para resolver o problema da contratação, o governo Zema enviou um projeto para Assembleia que autoriza que uma empresa, sem fins lucrativos, possa assumir a administração dos hospitais. O Estado quer criar o Serviço Autônomo de Gestão Hospitalar (SSA-Gehosp).

O governo Zema ressalta que a intenção da autarquia, que seria ligada ao serviço público, é ajudar na gestão dos hospitais ligados à Fhemig - Fundação Hospitalar de Minas Gerais, como o João XXIII e outros. Segundo o governo estadual, a ideia é tornar o atendimento mais ágil, eficiente e de melhor qualidade, sem cobrança aos pacientes. O novo modelo seguiria as regras do Sistema Único de Saúde e funcionaria com servidores cedidos pelo Estado, além de recursos e apoio da própria Fhemig.

A oposição na Assembleia, que em sua maioria é contra a iniciativa, afirma que a intenção de Zema é terceirizar o sistema de saúde em Minas Gerais.

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.