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Câmara dá 10 dias para governo apresentar alternativa ao aumento do IOF

Segundo o presidente da casa, Hugo Motta, há uma “insatisfação geral dos deputados”, inclusive daqueles que compõe a base do governo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (cen.), ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (esq.), e do líder do Governo na Câmara, José Guimarães (dir.)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um prazo de 10 dias para que a equipe econômica do governo federal apresente uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada.

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A cobrança maior de IOF incide sobre transações no exterior, como compras com cartões de crédito, débito e pré-pagos — cuja alíquota subiu de 3,38% para 3,5% — e também sobre a aquisição de moeda estrangeira em espécie, que passou de 1,1% para 3,5%.

A decisão do governo provocou forte reação no Congresso Nacional. Segundo Motta, há uma “insatisfação geral dos deputados”, inclusive de partidos da base aliada, como MDB, União Brasil, PSD, PP e Republicanos. Ao menos 20 projetos já foram apresentados para tentar derrubar o decreto presidencial que elevou o imposto.

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“Combinamos que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF. Algo duradouro, consistente, que evite gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação”, escreveu Motta nas redes sociais.

A declaração foi feita após uma reunião entre os presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizada na quarta-feira (28). Também participaram do encontro a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e os líderes do governo no Legislativo.

Apesar da pressão, Haddad afirmou que “em nenhum momento se discutiu a revogação do decreto”. Segundo ele, o governo está avaliando soluções que mantenham o equilíbrio fiscal e garantam o funcionamento da máquina pública.

O governo teme que a derrubada do aumento gere uma paralisação parcial de serviços públicos por falta de recursos. As despesas não obrigatórias, como investimentos e custeio básico, estariam em risco.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio