A condenação de um homem que ameaçou de morte e estupro três deputadas estaduais repercutiu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais na manhã desta quarta-feira (14) e foi apontada como um caso divisor de água para conter os atos de violência política contra mulheres.
O principal investigado pelas ameaças às deputadas mineiras Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) foi condenado, em primeira instância, pela Justiça. A sentença reconheceu a prática de crimes cibernéticos , incluindo ameaças às parlamentares,
Antes das votações previstas para esta quarta-feira (14), a deputada Beatriz Cerqueira, uma das vítimas, foi ao microfone ler a sentença do autor dos crimes, e disse esperar que a condenação se torne exemplo.
“São 12 anos, que sirva de lição, que sirva de recado,que sirva pedagogicamente a todos aqueles que praticam violência contra mulheres, violência política de gênero contra mulheres que estão na política. E que as mulheres que no I em situações de violência, que são diversas, por estarem na política, saibam que nós precisamos nos articular cada vez melhor em rede para que nós possamos nos fortalecer, e que sempre no próximo período eleitoral nós tenhamos mais mulheres na política, mais mulheres candidatas, mais mulheres ocupando lugares de comando de protagonismo, por que nós somos maioria do eleitorado, maioria da população, e portanto, não tem legitimidade maior que estarmos cada vez mais nos espaços que vão decidindo nossa vida”, afirmou a deputada.
‘Não haverá ameaças’
O presidente da ALMG, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), também celebrou a condenação do acusado, e agradeceu as forças de segurança do estado.
“Meu agradecimento a todas as instituições e poderes do estado de Minas Gerais, Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Civil, Polícia Militar, a esta casa, que de pronto fizeram o trabalho que tem que ser feito. Não só de averiguação, de levantamento, depois a prisão, e agora a condenação deste indivíduo, que está a armação não só deputadas mas diversas outras pessoas. Que sirva de exemplo para que todos entendam que não haverá ameaças. Que eles possam fazer o seu dever de casa, aquilo que o povo de fato as escolheram, escolheram todos nós, que possamos fazer a representação daqueles que nos escolheram”, afirmou Tadeu Leite.
Na sentença do homem autor das ameaças, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou o homem em primeira instância a 12 anos e nove meses de prisão. Também foram listados outros crimes cometidos pelo réu, como corrupção de menores, os incentivando a se automutilarem e enviarem fotos nuas.
