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Além de Bolsonaro, STF ainda tem quatro grupos para julgar nos próximos dias; veja datas e acusados

Suprema Corte vai julgar os 34 denunciados pela tentativa de golpe de estado em cinco grupos distintos; próximo será composto pelos militares envolvidos no plano e acontece nos dias 8 e 9 de abril

O ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou a sessão no primeiro dia de julgamento.

Com o fim do julgamento que tronou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda precisa decidir se irá aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra outros 25 acusados de tentar aplicar um golpe de estado no dia 8 de janeiro de 2024.

Os denunciados foram divididos em cinco turmas para serem julgados. A primeira, chamada de “núcleo crucial”, foi julgada entre terça (25) e quarta-feira (26). O STF aceitou, por unanimidade, a denúncia e tornou réus todos os oito acusados. Agora, eles irão responder a um processo penal.

O segundo núcleo, nomeado de “gerenciamento de ações”, será julgado nos dias 29 e 30 de abril. O terceiro, chamado de ‘ações táticas’, reúne os militares denunciados e será o próximo a ser julgado, nos dias 8 e 9 de abril.

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A quarta turma é chamada de “núcleo da desinformação” e será julgada nos dias 6 e 7 de maio. Por último, irá faltar apenas o julgamento do empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do ex-presidente da época da ditadura João Figueiredo, que ainda não tem data para acontecer. Ele é o único acusado no “núcleo 5", mas está no exterior e ainda não apresentou defesa.

Veja quem são os acusados de cada grupo:

Núcleo 1 (‘Núcleo Crucial’)

Julgamento: 25 e 26 de março

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;
  • Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;
  • Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
  • Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

É considerado pela PGR como o grupo central, que liderou a tentativa de golpe. Todos os oito acusados tornaram-se réus.

Núcleo 2: ‘Gerenciamento de Ações’

Julgamento: 29 e 30 de abril

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres;
  • Fernando de Sousa Oliveira, delegado da PF e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF;
  • Mário Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Filipe Garcia Martins Pereira ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro.

O grupo é acusado de organizar ações para manter Jair Bolsonaro no poder. Uma delas foi a realização de blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições presidenciais, com o objetivo de dificultar a chegada de eleitores do nordeste ás urnas.

Núcleo 3: ‘Ações Táticas’ (militares)

Julgamento: 8 e 9 de abril

  • Estevam Gaspar de Oliveira, general do Exército;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;
  • Wladimir Matos Soares agente da Polícia Federal;
  • Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
  • Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;
  • Marcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
  • Nilson Diniz Rodriguez, general do Exército;
  • Sérgio Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército

Os denunciados são militares que teriam realizado ações táticas para viabilizar o golpe de estado. Entre as medidas, está o plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Núcleo 4: ‘Núcleo da Desinformação’

Julgamento: 6 e 7 de maio

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
  • Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Os investigados teriam criado e propagado informações falsas para descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro e a confiabilidade das urnas eletrônicas.

Núcleo 5: ‘Desdobramento da Desinformação’

Julgamento não foi marcado

  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo.
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.