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Julgamento de Bolsonaro no STF: entenda quais penas o ex-presidente pode enfrentar se for condenado

Ex-presidente e aliados serão os primeiros denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados estão denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. O julgamento que acontece nesta terça-feira (25), no Supremo Tribunal Federal (STF), vai avaliar se aceita a denúncia, o que pode levar a outro julgamento.

Caso Bolsonaro seja condenado, a pena máxima do ex-presidente pode chegar a 46 anos de prisão, conforme prevê a legislação brasileira.

A PGR acusa Bolsonaro dos seguintes crimes:

  • Liderança de organização criminosa armada (pena máxima de 20 anos);
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena máxima de 8 anos);
  • Golpe de Estado (pena máxima de 12 anos);
  • Dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União (pena máxima de 3 anos);
  • Deterioração de patrimônio tombado (pena máxima de 3 anos).

Apesar de a soma das penas chegar a 46 anos, a legislação brasileira estabelece que o tempo máximo de cumprimento de pena é de 40 anos. Esse limite foi ampliado em 2019 pelo pacote anticrime apresentado pelo então ministro da Justiça, Sérgio Moro, durante o governo Bolsonaro.

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Segundo o advogado Eduardo Maurício, especialista em direito criminal e internacional, se o ex-presidente for condenado após trânsito julgado, poderá cumprir pena de prisão pela somatória dos crimes em que a PGR denunciou.

“Jair Bolsonaro poderá se defender no processo, onde deverá ser respeito a ampla defesa, contraditório e devido processo legal, e caso venha a ser condenado após o trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso), poderá cumprir pena de prisão pela somatória dos crimes em que a PGR denunciou o ex-presidente e pelo mesmo prazo ter sua inelegibilidade para próximas candidaturas políticas”, explicou Maurício.

Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam” e disse ter recebido a denúncia da PGR com “estarrecimento e indignação”.

Quem são as pessoas julgadas pelo STF?

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
  • Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Repórter da Rádio Itatiaia em Brasília atuando na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas Gerais, já teve passagens como repórter e apresentador pela Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor do prêmio CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio.
Jornalista nascida na capital federal. Graduada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), foi editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. É especializada em Língua Portuguesa e Revisão de Texto. Na Itatiaia, é Supervisora de Conteúdo desde fevereiro de 2024.
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