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Justiça suspende lei que muda o nome da Guarda Civil para Polícia Municipal em cidade de SP

O projeto, que autorizava a mudança, havia sido aprovado na Câmara do município no início de março e sancionado pela prefeitura

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu uma liminar suspendendo a Lei Complementar 26/2025, que alterava o nome da Guarda Civil Municipal (GCM) para Polícia Municipal em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

O relator do caso, Álvaro Torres Júnior, destacou que a mudança é inconstitucional. Além disso, ele cita que suspensão era necessária para evitar possíveis confusões entre as atribuições dos dois cargos.

O TJSP solicitou também que o presidente da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (CMSBC) forneça informações sobre a lei no prazo de 30 dias.

O projeto que propõe a troca no nome da corporação foi aprovada por unanimidade na Câmara e sancionada pelo prefeito Marcelo Lima (Podemos) no dia 6 de março deste ano.

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Atualmente, o município tem 1.005 agentes municipais.

A mudança de nome das GCMs foi objeto de ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) em outras quinze cidades de São Paulo. Em quatorze a mudança de nome foi vetada.

Na cidade de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que irá acionar a Justiça para defender a troca de nome da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para Polícia Municipal, após o Ministério Público (MP-SP) ir contra a aprovação do projeto.

O projeto, com o apoio de Nunes, havia sido aprovado na última quinta-feira (13) na Câmara Municipal.

O argumento usado pelo MP-SP foi que a expressão “polícia” é utilizada por órgãos específicos, que não se confundem com as atribuições dadas aos guardas municipais.

A Itatiaia procurou a prefeitura de São Bernardo do Campo, que, em nota, afirmou que, até o momento, não recebeu nenhuma notificação oficial acerca da liminar. Segundo o município, o “policiamento municipal já exerce as atividades de policiamento preventivo e comunitário”, realizando prisões em flagrante.

Sobre a mudança de nomenclatura, o objetivo seria “garantir mais segurança jurídica para as operações policiais e, consequentemente, garantir mais segurança para a população”.

Veja a nota na íntegra:

A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Segurança, informa que o município não recebeu até a tarde desta segunda-feira (17/3) notificação oficial acerca da liminar e reitera que, caso seja notificada, cumprirá as ordens judiciais.

Ressaltamos que o policiamento municipal já exerce as atividades de policiamento preventivo e comunitário, além de realizar prisões em flagrante, sendo referência em âmbito estadual. Com relação à mudança de nomenclatura, o principal objetivo é garantir mais segurança jurídica para as operações policiais e, consequentemente, garantir mais segurança para a população da nossa cidade. Importante ressaltar que valorizamos nossos profissionais com mais treinamentos e melhores condições de trabalho, assegurando que tenham cada vez mais preparo e respaldo para atuar de forma eficiente.

Desde o início do ano, a polícia municipal já fez operações em conjunto tanto com a Polícia Militar quanto com a Polícia Civil. Atualmente, o efetivo da cidade é o segundo maior do Estado de São Paulo, com 1.005 agentes, atrás apenas da Capital.

Jornalista pela UFMG, já passou pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, participou da produção de programas para a rádio e cobrindo a editoria de cidades. Atualmente faz parte da editoria de Política, na cobertura das Eleições 2024.
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