O Diretório Nacional do Cidadania anunciou a decisão de não renovar a federação partidária com o PSDB. A medida foi aprovada por unanimidade em reunião realizada em Brasília, no último domingo (16). A federação, válida desde as eleições de 2022, será encerrada assim que cumprir o prazo mínimo de quatro anos determinado pela legislação eleitoral.
Segundo o partido, a parceria resultou em prejuízos para o Cidadania, incluindo a redução da representatividade em prefeituras, câmaras municipais e estaduais, além da diminuição no número de cadeiras no Congresso Nacional. Relatos de dirigentes estaduais apontaram uma “convivência difícil e desvantajosa” dentro da federação.
O presidente da legenda, Comte Bittencourt, afirmou que o partido ainda não definiu se disputará as eleições de 2026 de forma independente ou se buscará uma nova federação.
“A federação é passado; vamos em frente, retomando o protagonismo de nossa identidade, que deve apontar para onde o Cidadania pretende caminhar”, disse o presidente.
De acordo com as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso o Cidadania saia da federação antes do prazo, ficará impedido de integrar outra federação ou coligações nas duas eleições seguintes e perderá o acesso ao fundo partidário até o fim do período estabelecido.
A decisão reflete o posicionamento da Executiva Nacional do partido, que já havia votado unanimemente pelo fim da aliança no mês passado.
PSDB decide seu rumo
Enquanto vê o Cidadania deixando a federação, o PSDB negocia com outros partidos seu futuro. A ideia é que os tucanos se fundam com outras legendas, entre elas o o Podemos e o Republicanos, com que os caciques do partido se reuniram ao longo da última semana.
Desde 2014, quando sofreu a última derrota presidêncial para o PT, o PSDB tem enfrentado perdas eleitorais e ficado ofuscado no cenário nacional. Antes, o partido considerou fusões com PSD, MDB, Solidariedade e PDT, mas as tratativas não avançaram.