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Governo promete enviar proposta de isenção do IR ao Congresso na próxima semana

Medida seria válida para quem ganha até R$ 5 mil mensais, conforme prometido em campanha pelo presidente Lula; articulação foi debatida por Gleisi e Haddad nesta quinta

Haddad e Gleisi se reuniram no Ministério da Fazenda para discutir pautas da agenda econômica

O governo federal deve enviar ao Congresso, na próxima semana, a proposta de mudança no Imposto de Renda, que isentará da taxação quem recebe até R$ 5 mil mensais. A medida, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode beneficiar cerca de 36 milhões de contribuintes.

Atualmente, a isenção é válida para quem recebe até R$ 2.824 por mês. A renúncia fiscal, cujo impacto ainda não foi oficialmente divulgado, deve ser compensada com um aumento da tributação sobre rendimentos acima de R$ 50 mil mensais. A nova alíquota mínima dessa nova tributação será de 10% e incidirá sobre ganhos como alugueis e dividendos - que ainda não são tributados no Brasil.

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A nova data para a tramitação do projeto foi definida após encontro realizado nesta quinta-feira (13) entre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esse foi o primeiro encontro oficial entre os dois desde que Gleisi, antes crítica à política econômica do governo, assumiu a articulação política de Lula.

Segundo a ministra, o Palácio do Planalto ainda não definiu a data exata do envio do projeto ao Congresso e nem se haverá um evento oficial para marcar o anúncio.

“Nós estamos acertando a agenda com o presidente Lula para fazer esse envio [do projeto ao Congresso]. Terminados os ajustes que tem que ser feitos, que a Fazenda está terminando, nós vamos marcar [uma agenda]. Mas vamos enviar o mais rápido possível”, esclareceu.

Repercussão sobre a fala de Lula

Questionada sobre a fala considerada machista do presidente Lula durante cerimônia realizada na última quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, Gleisi Hoffmann voltou a minimizar a atitude do presidente alegando que ‘gestos valem mais que palavras’.

“O presidente Lula tem um histórico que o credencia junto à luta das mulheres por espaços de comando e poder. Foi o presidente que incentivou uma mulher a ser presidenta da República, o presidente que incentivou uma mulher a ser presidenta do seu partido, o que nomeou presidentas da Caixa, do Banco do Brasil, STM, o que mais nomeou ministras, esse histórico do presidente de estudo”, pontuou.

Na ocasião, Lula afirmou: “E é muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Porque uma coisa, companheiros, que eu quero mudar, estabelecer uma relação com vocês. E por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das relações institucionais, é que eu não quero mais ter distância entre vocês”, referindo-se a Gleisi.

A ministra rebateu as críticas direcionadas ao presidente e atacou os comentários que partiram da oposição.

“Agora, o que eu fico indignada é com a extrema direita, fico indignada com os bolsonaristas que utilizam disso para fazer um jogo baixo, sujo, sórdido, quando na realidade ele sim, ele e Bolsonaro sempre foram contra as mulheres, sempre foram discriminatórios, sempre foram misóginos e machistas. Isso a gente não pode aceitar, isso vai ter resposta à altura”, finalizou.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio