O Governo de Minas e a Fiocruz culpam a Vale por uma das mais importantes iniciativas de combate à dengue do país ainda não ter saído do papel em Minas Gerais.
A mineradora tem a obrigação legal de construir a biofábrica Método Wolbachia, no bairro Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, como uma das ações de reparação da
A biofábrica tem como missão produzir mosquitos infectados com a
A Secretaria de Saúde de Minas alega que a Vale entregou as instalações com vários problemas estruturais, como instalações com umidade, vazamentos e interrupções de energia. Por conta disso, a obra, inaugurada em abril de 2024, nunca entrou em operação. “Desde o início desse processo foram detectados problemas recorrentes, com ênfase na oscilação de temperatura e umidade nas instalações da biofábrica que excedem os padrões exigidos, ocorrência de vazamentos e interrupções de energia, além de outros problemas estruturais”, destacou a equipe de saúde do governo.
Ao anunciar medidas de combate à dengue em 2025, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), confirmou o atraso envolvendo a biofábrica, mas não entrou em detalhes. “A nossa fábrica da Volbach, infelizmente, teve um atraso de alguns meses, mas começará a produzir o mosquito neste ano e vai ajudar nesse combate”, disse.
A Fiocruz e a World Mosquito Program Brasil (WMP Brasil), responsáveis por colocar a fábrica em operação, confirmam a identificação de problemas. “Após três meses de testes, foram encontradas diversas intercorrências que impossibilitavam o início da operação. Todas as informações foram devidamente repassadas aos responsáveis para que a biofábrica estivesse em condições operacionais o mais rápido possível”, destacaram.
Diante dos problemas estruturais, as instituições afirmaram que não é possível entregar o termo de conclusão de obra e dar início ao trabalho de implementação do Método Wolbachia em Brumadinho e mais 21 municípios ao longo da bacia do Rio Paraopeba.
“Aguardamos um posicionamento da Vale e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para efetivas soluções para que o World Mosquito Program Brasil e a Fiocruz possam seguir sua missão e objetivo de fazer valer sua parte no Acordo de Reparação e levar mais saúde para as populações de territórios que já passaram por perdas irreparáveis”, complementaram.
Procurado pela Itatiaia, o governo de Minas disse que a fábrica só será liberada após a conclusão dos reparos por parte da Vale. O Estado informou ainda que a Secretaria Estadual de Saúde, a Fiocruz e a WMP terão que conferir se as intervenções foram feitas da maneira correta e se atendem às exigências de qualidade para colocar a biográfica em funcionamento.
Já a Vale, por meio de nota, reconheceu que há problemas na obra, mas não citou quais. A empresa disse que é comum, neste tipo de caso, que sejam necessários ajustes para o funcionamento dos sistemas. A empresa diz que está em diálogo com todas as partes envolvidas para que as instalações estejam funcionais.