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União pode enfrentar crise fiscal severa a partir de 2027, aponta estudo

Levantamento mostra que espaço para investimentos e manutenção da máquina pública pode ficar ainda mais restrito caso o governo não atue para cortar gastos

Caso não atue para cortar gastos, governo federal pode ter ‘paralísia’ em 2027

Um estudo da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) do Congresso Nacional aponta que o Brasil pode enfrentar uma grave crise fiscal a partir de 2027. Com o crescimento das despesas obrigatórias, como aposentadorias e repasses a parlamentares, o dinheiro disponível para investimentos e serviços públicos pode se tornar insuficiente, o que afetaria diretamente a população.

O relatório é assinado pelos especialistas Dayson Pereira de Almeida e Paulo Bijos, que explicam que medidas previstas para 2025 podem amenizar a situação temporariamente, mas a tendência é de piora nos anos seguintes.

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O risco de paralisação do governo se intensifica especialmente a partir de 2027, quando o governo federal deverá incluir o pagamento de precatórios - dívidas reconhecidas pela Justiça - na meta fiscal. Com isso, o espaço para gastos livres dos ministérios será de R$ 29,6 bilhões, um valor considerado insuficiente para atender às necessidades do país. Já em 2029, essa margem pode ficar negativa, impossibilitando novos investimentos.

O estudo alerta ainda para o impacto no endividamento do país. Caso o governo ultrapasse os limites do novo arcabouço fiscal, poderá haver aumento das taxas de juros, encarecendo o crédito tanto para empresas quanto para consumidores.

Para evitar um colapso financeiro, a Conof recomenda que o governo implemente reformas até abril de 2025, quando será apresentado o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026. Esse documento estabelece as metas fiscais e orienta o orçamento para os próximos anos.

Segundo os analistas, o PLDO 2026 será um termômetro da capacidade do governo de equilibrar as contas públicas. “O desafio principal é controlar o crescimento dos gastos obrigatórios e garantir a sustentabilidade financeira do país”, conclui o estudo.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio