Comissão do Senado adia votação de projeto que aumenta taxação de bets

Texto em análise na Comissão de Assuntos Econômicos também prevê tributação maior sobre instituições financeiras e fintechs

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Renan Calheiros

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou, por um pedido de vista (mais tempo para análise), nesta terça-feira (4), a votação de um projeto que aumenta a arrecadação do governo com a tributação maior de instituições financeiras, fintechs e empresas de apostas esportivas, as chamadas bets.

Com isso, a previsão é que a proposta seja votada na quarta-feira (5).

O texto é de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e foi proposto como uma medida compensatória à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. O objetivo é evitar que a proposta, relatada pelo emedebista, seja alterada e tenha que retornar à Câmara dos Deputados.

Pelo projeto, a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga por bancos e sociedades de crédito subiria dos atuais 15% para 20%. Já a taxa para fintechs, corretoras e distribuidoras seria elevada de 9% para 15%.

Em relação às bets, a contribuição sobre a receita bruta dos jogos passaria de 12% para 24%, sendo metade desse valor destinado à compensação de estados e municípios pela perda com o IR.

Segundo o relator do texto, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), se aprovadas, as medidas podem gerar uma arrecadação da seguinte ordem:

  • 2026: R$ 4,98 bilhões;
  • 2027: R$ 6,38 bilhões;
  • 2028: R$ 6,68 bilhões.

Além das medidas compensatórias, o projeto cria ainda o Programa de Regularização Tributária para Pessoas Físicas de Baixa Renda (Pert-Baixa Renda), destinado a combater o endividamento de contribuintes que receberam até R$ 7.350 mensais em 2024.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

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