A indefinição sobre um possível candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2026 está atrasando as decisões da direita para a próxima disputa pelo Palácio do Planalto. A avaliação é do governador Romeu Zema (Novo), que afirmou que a indefinição acaba postergando decisões e um trabalho que já poderia estar sendo feito.
O ex-presidente está inelegível até 2030 após sofrer condenação na Justiça Eleitoral no caso que julgou o encontro de Bolsonaro com embaixadores durante a campanha eleitoral de 2022.
“Tenho feito reuniões regulares com governadores de direita. O grupo está de acordo que, caso Bolsonaro tenha condição de disputar, ele é o candidato mais viável. Caso não tenha, tentaremos encontrar um outro nome. Eu posso, sim, ser considerado viável e vir a ser escolhido”, disse o governador, na entrevista ao jornal O Globo.
Em seguida, ele respondeu se a espera por Bolsonaro trava a direita na construção de uma candidatura: “Essa indefinição sobre ele ser ou não candidato, com toda certeza, acaba postergando essa decisão e o trabalho que já poderia estar acontecendo”.
Zema evitou opinar se achou justo o indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal. “Eu sou favorável a toda investigação. Se há suspeita, que seja investigado. Quem não deve, não teme. Sou favorável à democracia, nunca apoiaria nenhum golpe e se alguém fez algo errado, que se explique”, disse.
Questionado se considera Bolsonaro um aliado, Zema disse que há momentos em que o Novo e o PL não trabalham em conjunto. “Vamos pegar aqui o caso da minha eleição em 2022. Conversei com Bolsonaro para caminharmos juntos aqui em Minas, mas infelizmente não deu certo. Ele lançou o senador Carlos Viana e isso poderia ter me custado a eleição em primeiro turno”, declarou.
Zema também afirmou ver como "ótimos nomes” para 2026 Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, e Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná.
“Tarcísio teria, na minha opinião, toda a condição, mas tem dito que quer ser candidato à reeleição. Me dou muito bem com Caiado e Ratinho. Da mesma maneira que eu, estão concluindo seu segundo mandato, são bem avaliados e representam bem a direita. São ótimos nomes”, disse. Perguntado se seria vice de algum deles, Zema afirmou que não quer ser “rainha da Inglaterra”.
Na eleição para o governo de Minas, Zema disse que vê Rodrigo Pacheco (PSD), Alexandre Kalil (PSD) e Alexandre Silveira (PSD) como principais nomes da esquerda. Ele afirmou ainda que vai apoiar seu atual vice, Professor Mateus (Novo), mas que não anularia a possibilidade de tomar outra posição para obter o apoio do bolsonarismo à Presidência.
(Com agências)