Ouvindo...

Haddad responde Zema, questiona equilíbrio das contas de MG e diz que governador deu calote em dívida

Ministro da Fazenda postou nas redes sociais uma tréplica ao governador de Minas Gerais, que havia respondido uma postagem do ministro após sanção de Lula ao Propag

Haddad e Zema estão à frente de discussão sobre dívida de Minas com a União

A discussão nas redes sociais entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira (17). O petista postou uma tréplica ao mineiro, em meio às discussões dos dois sobre a sanção do presidente Lula ao Propag, o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União.

No post mais recente, Haddad criticou a gestão fiscal do governador de Minas, destacando que, durante seu mandato, a dívida aumentou de R$ 119 bilhões em 2018 para, nos números do ministro, R$ 185 bilhões em 2024. Haddad acusou o estado de calote no governo federal e em instituições financeiras.

“A dívida cresceu não só pelos juros, mas pelo calote nos pagamentos. No seu governo, o Estado deu calote em mais de R$ 30 bilhões devidos ao governo federal, em mais R$ 12 bilhões junto a Instituições Financeiras, fora os calotes em outros credores privados, fazendo o Estado um dos mais endividados do país e com brutal crescimento da dívida”, diz a postagem.

O ministro ressaltou que “calote não se confunde com ajuste fiscal” e defendeu o Propag como uma solução para estados que não honram suas obrigações financeiras.

“Até por isso, como bem sabe o governador, concordamos com o Propag, para quem sabe fazer com que Estados que não honram suas obrigações finalmente possam encontrar um caminho para o verdadeiro ajuste fiscal. É um grande gesto e um grande esforço fiscal da União em prol dos estados brasileiros, especialmente para os mineiros”.

O ministro também criticou as declarações de Zema sobre ter ‘colocado a casa em ordem’ em Minas Gerais, em alusão a ajustes fiscais promovidos pelo governador nas contas públicas do estado. Segundo Fernando Haddad, se as contas estão organizadas, o estado deve pagar suas dívidas.

“Ainda quanto ao Propag e o desejo que a União cubra o calote que o Estado vem dando nas operações de crédito com Instituições Financeiras, chama atenção a contradição de num mesmo post estar o argumento de que o estado de MG fez o dever de casa e está equilibrado, na companhia da revolta por ter que pagar as obrigações devidas e atualmente não pagas!”, finalizou.

Discussão na internet

A polêmica entre o ministro da Fazenda e o governador de Minas Gerais começou após Zema questionar os vetos do presidente Lula ao Propag. Zema avaliou que o Programa ficou pior do que o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Haddad respondeu às críticas afirmando que o governador apresentou uma proposta de renegociação das dívidas menor do que a aprovada e sancionada. O ministro destacou que o veto mencionado por Zema referia-se à transferência para a União da responsabilidade de quitar dívidas dos estados com bancos privados.

Em resposta, o governador Romeu Zema afirmou que Minas Gerais mantém as contas equilibradas desde 2021, mesmo após pagar mais de R$ 8 bilhões de dívida à União. Zema ainda alegou que os vetos impõem custos extras ao estado, enquanto o governo federal mantém gastos elevados.

O governador também contestou a afirmação de que os vetos tratavam apenas de dívidas privadas, mencionando que Banco do Brasil e BNDES estão entre as “entidades privadas” citadas pelo ministro.

Leia também


Participe dos canais da Itatiaia:

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.