As mudanças no Plano Diretor de Belo Horizonte e as discussões sobre o contrato das empresas de ônibus com a prefeitura serão os principais temas da nova legislatura que tomou posse em 2025 na Câmara Municipal.
Novo edital
Até 2028, deve ser concluído um estudo sobre a concessão, além de ser definido alguns caminhos cruciais: o contrato com a empresa será renovado, ou um novo trato será feito do zero?
Hoje, o que se discute na prefeitura é um novo edital, com regras e exigências que ainda precisam ser discutidas entre os órgãos públicos e o setor privado. O tema que foi inclusive ressaltado pelo prefeito Fuad Noman (PSD) durante sua campanha à reeleição.
Plano Diretor
Já o Plano Diretor, o conjunto de regras que regularizam a ocupação em Belo Horizonte. O atual plano é originalmente aprovado em 2019, com diversas alterações ao longo dos anos. A Câmara e a prefeitura vão ter a responsabilidade de mexer no
Fundamentais nestas discussões, os novos vereadores que assumem neste ano já se preparam para o debate. Uner Augusto (PL), afirma que ônibus e plano diretor vão se temas principais
“Esses dois assuntos são os principais desta legislatura. O novo contrato de ônibus e a revisão do plano diretor. Já estou estudando e buscando conhecimento técnico para não ficar vendido na hora da votação. Quero buscar dados e poder contribuir com esses dois temas. Acredito que a mobilidade seja o assunto que toca o maior número de cidadão hoje. Acho que com algumas decisões estratégicas e inteligente poderemos administrar esse problema melhor”, afirmou Uner.
Para a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo), a discussão do contrato de ônibus é fundamental, e ela sugere que há a possibilidade, inclusive, de uma renovação do atual trato com as empresas.
“O contrato de ônibus me preocupa muito. Estamos na expectativa de ter uma nova licitação. Mas, e se decidirem prorrogar esse contrato por mais 20 anos? Isso é uma possibilidade e está sendo pouco falada. Nós continuamos sem números do sistema, sem auditoria, sem saber o que aconteceu com os R$ 220 milhões da época da pandemia e sem melhorar o sistema”, questiona a vereadora do Novo.
Transporte que também deve ser discutido em projetos de gabinete. Vereador Irlan Melo (Republicanos), por exemplo, pretende voltar a discutir na Câmara melhorias no transporte suplementar.
“Tive uma luta muito grande em relação aos suplementares, os amarelinhos. Eles fazem parte da necessidade diária do cidadão e precisam ser valorizados e respeitados”, diz Irlan.
Moradores em situação de rua
E outros projetos vão dar novos capítulos para discussões que já existem na cidade. Políticas para pessoas em situação de rua e melhorias no centro são temas que vão ser levados pelo estreante na Câmara, vereador eleito Pedro Rousseff (PT).
“Pessoas em situação de rua, nós precisamos ter uma solução para esse problema. Na minha visão é um tripé: renda, moradia e acompanhamento psicológico. Outro ponto é a questão da segurança pública. Ninguém aguenta mais passar pelo centro, um local escuro, com risco de assalto, as pessoas não aceitam isso mais. Nós temos que ter outras estratégias que não só o policiamento intensivo, temos que ter as câmeras, inteligência artificial, para detectar os bandidos e fazer algo preventivo. Outra questão simples: a luz. Ela inibe o crime. Estamos vendo o centro, nos últimos 10 ou 20 anos, escuro e abandonado”, afirmou Rousseff.
Além de pautas ambientais que costumam gerar polêmicas. A inclusão deste assunto na roda é promessa da vereadora Iza Lourença (PSOL). “Eu quero atuar com centralidade na pauta ambiental. Nosso caminho é lutar por justiça sócio ambiental. Nós viemos uma emergência climática, uma cidade que estava difícil de respirar, com tanta seca, com UPAs lotadas de crianças e idosos”, conta Iza.