O inquérito da Polícia Federal sobre as explosões próximas ao Supremo Tribunal Federal (STF) será enviado ao ministro Alexandre de Moraes. A corporação abriu uma investigação para analisar o caso. O ministro é relator de processos sobre ações antidemocráticas aos Três Poderes. A PF apura possível novo ataque.
De acordo com a PF, foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da instituição, que estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local das explosões.
Ao menos duas detonações foram registradas no início da noite desta quarta-feira (13), momentos depois do fim da sessão plenária do STF. Ministros e servidores da Corte foram retirados por seguranças.
O principal suspeito, que teve a identidade confirmada, é Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “TiÜ França”. Ele morreu no episódio.
O homem chegou a ser abordado pela segurança do STF momentos antes da detonação da segunda bomba. A informação consta em boletim de ocorrência preliminar registrado pela Polícia Civil do Distrito Federal ao qual a Itatiaia teve acesso.
Francisco Wanderley tinha 59 anos. Ele era de Santa Catarina. Em 2020, chegou a concorrer ao cargo de vereador na cidade de Rio do Sul pelo Partido Liberal (PL).
Em depoimento, um segurança do Supremo relatou a seguinte sequência de fatos:
1. Foram ouvidas duas explosões no sentido do estacionamento do Anexo 4 da Câmara dos Deputados.
2. O segurança, então, notou que Francisco se aproximou e ficou parado em frente à estátua da Justiça.
3. Francisco portava uma mochila e tinha atitude suspeita em frente ao monumento.
4. Francisco colocou a mochila no chão, tirou um extintor e uma blusa de dentro e lançou contra a estátua.
5. Depois disso, Francisco teria tirado artefatos da mochila.
6. Com a aproximação dos seguranças do STF, Francisco abriu a camisa e os advertiu para não se aproximarem.
7. Segurança relata que viu um objeto semelhante a um relógio digital, já acreditando ser uma bomba.
8. Francisco pega um extintor, desiste e o coloca no chão.
9. Francisco lança de dois a três artefatos, que estouram logo na sequência.
10. O segurança, que estava sozinho, pede reforço.
11. Francisco deita no chão, acende último artefato, coloca na cabeça com um travesseiro e aguarda a última explosão.
Todo esse intervalo entre a primeira e a última explosão teria durado cerca de 18 segundos.
Francisco chegou a compartilhar em redes sociais ameaças de bomba. Em uma das mensagens ele mostrou que chegou a entrar no plenário do STF. Não há confirmação da data deste registro.
O esquadrão antibomba da Polícia Militar do Distrito Federal foi acionado e já iniciou uma varredura no STF.
A segurança na Praça dos Três Poderes foi reforçada. O trânsito na via S2 (paralela ao Eixo Monumental) foi interditado. A Esplanada dos Ministérios também deve ser fechada para uma varredura geral.
Do outro lado da praça, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República fez uma varredura no Palácio do Planalto. O presidente Lula (PT) não estava no local no momento das explosões.