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‘Mentirosa’, ‘louca’ e ‘fraca’ foram os adjetivos mais usados para ofender candidatas no 2º turno

Levantamento da MonitorA mostra padrão de ataque para deslegitimar as candidaturas femininas e desestimular a participação de mulheres na política

Nas eleições municipais de 2024, mulheres candidatas receberam 68,2% dos comentários ofensivos registrados durante os debates do segundo turno.

Os dados são da MonitorA – observatório de violência política de gênero online do Instituto AzMina, InternetLab, Núcleo Jornalismo e Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia (LABHD-UFBA).

O grupo analisou comentários feitos em transmissões de debates no YouTube por todo o Brasil.

As ofensas mais comuns incluíam adjetivos como “mentirosa”, “louca”, “despreparada” e “fraca”, um padrão de ataque para deslegitimar as candidaturas femininas e desestimular a participação de mulheres na política.

Foram analisados comentários feitos em transmissões de debates no YouTube por todo o Brasil.

Dos quase sete mil comentários ofensivos a candidaturas, 68,2% se dirigem a mulheres, e 31,7% a homens.

Termos usados para inferiorização estão em 36,2% dos ataques a mulheres, seguida por misoginia, com 36,1%.

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Pleito em Campo Grande e Curitiba

Em Campo Grande, a prefeita reeleita Adriane Lopes (PP-MS), foi alvo de ofensas como “lixo”, “imunda”, “capacho de marido” e “bandida desgraçada”.

Sua adversária, Rose Modesto (União-MS), também enfrentou ataques, sendo chamada de “cara de louca”, “feia”, “fraca” e “horrível”.

Esse foi o único debate entre duas mulheres e teve o maior índice de comentários violentos no YouTube.


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Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.
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