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Em discurso no Brics, Lula declara apoio a moeda para substituir hegemonia do dólar

Impedido de viajar para Kazan, na Rússia, presidente discursou por videoconferência

Lula participa por videoconferência da reunião do Brics

Em discurso na cúpula dos Brics realizado na manhã desta quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou seu apoio à proposta do grupo para criação de uma nova moeda comum entre os países em substituição ao dólar. A participação do presidente ocorreu por meio de videoconferência, já que a equipe médica que o acompanha vetou a viagem à Kazan, na Rússia, onde ocorre o evento.

A discussão sobre mecanismos de permitam uma moeda comum entre os membros do bloco econômico é um dos principais temas da reunião deste ano. A ideia é incentivar uma alternativa ao dólar para as transações comerciais entres os países, reduzindo a dependência da moeda norte-americana e da economia dos Estados Unidos.

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O debate é liderado, sobretudo, por Rússia e China, que compõem o Brics. Segundo Lula, esse é um tema que não pode ser adiado.

“Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”, disse o presidente, que também pregou cautela na discussão.

“Essa discussão precisa ser enfrentada com seriedade, cautela e solidez técnica, mas não pode ser mais adiada. Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos. Mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas”, definiu o presidente.

Brasil pode liderar avanços

A partir de 2025, o Brasil assume a presidência do Brics com a intenção de avançar na proposta de substituição do dólar. A tarefa é estudada pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, que atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff - citada por Lula em seu discurso.

Diante dos outros líderes, Lula defendeu, também, o fortalecimento de mecanismo de cooperação interbancária dos países membros do Brics, com linhas de crédito em moedas locais. A ideia é atender, principalmente, pequenas e médias empresas. Lula também ressaltou a importância do banco no auxílio a projetos de infraestrutura.

“Sob a liderança da companheira Dilma Rousseff, o NDB conta atualmente com uma carteira de quase 100 projetos e com financiamentos da ordem de 33 bilhões de dólares. Ele foi pensado para ser bem-sucedido onde as instituições de Bretton Woods continuam falhando. Em vez de oferecer programas que impõem condicionalidades, o NDB financia projetos alinhados a prioridades nacionais”, destacou.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio