O Ministério das Relações Exteriores do Brasil se posicionou nesta quinta-feira (3) condenando a decisão do governo de Israel de declarar o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como ‘persona non grata’. No comunicado, o Itamaraty enfatizou que a medida prejudica os esforços internacionais em busca de um cessar-fogo na região.
A decisão de Israel foi considerada um protesto pelo fato de a ONU não ter condenado “de forma inequívoca” o ataque com mísseis lançado pelo Irã ao território israelense na terça-feira (1). Além de considerar Guterres como uma pessoa que não é bem-vinda, Israel também vetou a entrada do secretário-geral da ONU no país.
Nesta semana, a tensão no Oriente Médio escalou após o ataque a mísseis e a incursão das Forças Armadas de Israel no Líbano. Os ataques já resultaram na morte de cerca de 2 mil pessoas, incluindo civis e membros do grupo extremista Hezbollah, além de mais de 6 mil feridos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Líbano.
“O ataque do governo de Israel a uma organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e das atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica”, declarou o governo brasileiro em nota.
Lula ‘persona non grata’
Além de Guterres, o ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, também já declarou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como ‘persona non grata’. A decisão veio em resposta às críticas de Lula sobre a postura de Israel no conflito com o Hamas.
Na ocasião, Lula comparou os bombardeios promovidos por Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto - processo que começou com a discriminação contra o povo judeu e terminou com milhões de pessoas exterminadas pelo regime nazista de Adolf Hitler.