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Oposição cobra de Lula afastamento de Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual; veja repercussão

Organização ‘Me Too’ foi procurada por mulheres que relataram os casos. Uma das supostas vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco

Ministro de Lula foi acusado de assédio sexual

Parlamentares de oposição ao governo Lula (PT) cobraram o afastamento do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, após acusações de assédio sexual contra ele.

Em nota, Almeida nega as acusações, diz tratar-se de “ilações absurdas” e afirma que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.

O ministro é alvo uma denúncia por supostos casos de assédio sexual. A acusação foi feita à organização Me Too Brasil, que apoia vítimas de violência sexual. A informação foi revelada pelo portal “Metrópoles” na noite de quinta-feira (5). A organização confirma à reportagem que foi procurada por mulheres que relataram os casos. Uma das supostas vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

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Repercussão

  • Senadora e ex-ministra no governo de Jair Bolsonaro, Damares Alves (PL-DF) cobrou do presidente o “imediato afastamento” de Almeida e prestou solidariedade a Anielle.
  • O também senador e ex-ministro Ciro Nogueira (PL-PI) foi outro nome da oposição a cobrar o afastamento de Almeida. “Se o ministro dos Direitos Humanos continuar no cargo após assediar mulheres e até ministra da ‘Igualdade Racial’, Lula vai decretar que em seu governo assédio é direito humano?”.
  • O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que “agora a casa caiu” e descreveu o episódio como “nojento demais”.
  • O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) relembrou um discurso crítico ao ministro durante uma sessão da Câmara. “Eu avisei: a fala aveludada não engana ninguém”.
  • A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) postou um texto em que afirma que teria sido confirmada uma “máxima revolucionária": “Acusar os outros daquilo que se pratica”.

Nota de defesa do ministro Silvio Almeida

“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.

Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.

Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.

Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.

As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.

Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.”


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Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia.