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Caso Silvio Almeida: Anielle Franco quebra o silêncio, agradece Lula e pede respeito

Ministra da Igualdade Racial seria uma das vítimas do agora ex-ministro dos Direitos Humanos

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, quebrou o silêncio e se manifestou pela primeira vez sobre as denúncias de assédio sexual que envolveram o agora ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. Em nota publicada no Instagram, ela fez um agradecimento ao presidente Lula (PT) e rechaçou “tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade”.

Anielle seria uma das vítimas de Silvio Almeida. Veja, abaixo, o pronunciamento da ministra da Igualdade Racial:

“Hoje, eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual. Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas”, diz Anielle, abrindo a nota.

“Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o processo correto, por isso ressalto ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi. Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações sempre que acionada”, prosseguiu, completando:

“Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo. Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro para todas as pessoas.”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, no início da noite desta sexta-feira (6), Silvio Almeida, o ministro dos Direitos Humanos. Almeida foi acusado de assédio sexual por mulheres que relataram os episódios à organização Me Too Brasil.

Uma das mulheres teria sido a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida teria cometido assédios que incluiriam toque nas pernas de Anielle, beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de frases com conteúdo sexual.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que Lula “considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”. O texto aponta que Almeida foi convocado para uma conversa no início da noite “diante das graves denúncias” e que Lula “decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”. O governo encerra a nota afirmando que “nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.

Assédio

O caso foi revelado na quinta-feira (5) em uma reportagem do portal Metrópoles. O ministro negou as acusações e afirmou que as “ilações” teriam o intuito de prejudicá-lo.

“Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, disse Almeida, em um comunicado.

Ele também encaminhou ofícios para a Procuradoria-Geral da República, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Controladoria-Geral da União para que o caso seja investigado.

Em nota divulgada no final da noite de ontem (5), a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) informou que Silvio Almeida foi chamado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias.

A Comissão de Ética da Presidência da República também decidiu abrir, de ofício, uma apuração sobre o caso.

“O Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, conclui a Secom.


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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.
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