O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo da Colômbia, Gustavo Petro, divulgaram na noite de sábado (24) uma nota conjunta sobre a crise na Venezuela. Os dois líderes conversaram por telefone na sexta (23) e no sábado.
Eles afirmam que “permanecem convencidos” de que a credibilidade do processo eleitoral no país vizinho só poderá ser restabelecida com a “publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis”.
O texto diz ainda que Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça venezuelano, que
Lula e Petro também pediram que governo e oposição evitem atos de violência e repressão. “A normalização política da Venezuela requer o reconhecimento de que não existe uma alternativa duradoura ao diálogo pacífico e à convivência democrática na diversidade”, declararam.
Por fim, os líderes manifestaram “sua total oposição à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão”. Segundo eles, essas medidas são contrárias ao direito internacional e prejudicam as populações dos países sancionados, especialmente os mais pobres.
Entenda a crise
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão similar ao Tribunal Superior Eleitoral no Brasil, Maduro foi reeleito para um terceiro mandato com 51,2% dos votos, contra 44,2% de Edmundo González. A oposição alega que houve fraude no pleito e diz que a vitória foi de González por cerca de 70% dos votos.
O CNE ainda não apresentou os boletins de urna que detalham os resultados, e por isso tem sido cobrado internacionalmente. O Carter Center, que foi um dos únicos observadores independentes da eleição presidencial na Venezuela, apontou que Edmundo González venceu o pleito, conforme apontam os dados das atas eleitorais que foram coletadas individualmente nos pontos de votação.
Além de poucos países aliados, a vitória de Maduro não foi reconhecida por nenhuma grande democracia e foi contestada pelos Estados Unidos. O presidente venezuelano está há 11 anos no poder.