O Ministério da Saúde instituiu nesta quinta-feira (15) um Centro de Operações de Emergência em Saúde, em Brasília, para acompanhar e coordenar a resposta ao avanço da nova variante de Mpox - doença anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Na quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária pela doença.
Segundo a ministra Nísia Trindade, o comitê vai monitorar a presença da nova variante da doença. Até o momento, essa nova forma do vírus não foi detectada no Brasil, o que segundo a ministra, faz com que a situação seja menos alarmante em relação a outros países.
“O comitê vai ficar debruçado na análise técnica e também na organização necessária para o acompanhamento dessa emergência e providência no nosso país. De imediato, quero dizer que não há nenhum caso no país da variante 1b da Mpox, que foi a que causou esse surto com maior capacidade de transmissão e maior gravidade”, declarou a ministra.
Conforme o Ministério da Saúde, os casos registrados no Brasil até o momento são da antiga variante, que predomina em homens que convivem com o HIV - foco de atenção da pasta nesse momento. A última morte pela doença no Brasil ocorreu em abril de 2024.
Na reunião desta quinta-feira, que abriu os trabalhos do comitê, a ministra informou que está negociando com a Organização Pan-Americana da Saúde a compra de 25 mil doses da vacina contra a Mpox. Além disso, a pasta pediu à Anvisa para prorrogar a autorização de uso dos imunizantes que foram adquiridos em 2022, quando a doença chegou ao Brasil.
Segundo o ministério da saúde, a quantidade de vacinas disponíveis em todo o mundo é muito limitada, por isso não deverá haver nenhuma campanha nacional de imunização.
Emergência no mundo
Na semana passada, o diretor-geral da OMS convocou um comitê de emergência para novamente avaliar o cenário de mpox na África e o risco de disseminação internacional da doença. A decisão levou em conta o registro de casos fora da República Democrática do Congo, onde as infecções estão em ascensão há mais de dois anos.
O cenário se agravou ao longo dos últimos meses em razão de uma nova variante. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) chegou a declarar emergência em saúde pública de segurança continental. Um dia depois, a OMS decretou emergência global.
