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Em meio a confusão com partido e acusações de ‘golpe’, candidatura de Viana é registrada com vice diferente

Senador luta para ter Kika da Serra como vice, mas nome registrado foi de Renata Rosa, nome apoiado por Nely Aquino; senador chama atitude de ‘golpe’

O pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Viana (Podemos), definiu como “golpe” a defesa da deputada federal e colega de partido, Nely Aquino, ao nome de Renata Rosa como vice em sua chapa. Renata teve o registro na Justiça Eleitoral confirmado nesta segunda-feira (12), enquanto Viana tenta emplacar o nome de Kika da Serra para o cargo.

A resistência de Viana ao nome, segundo afirmou o senador à Itatiaia, acontece porque Renata teria um grau de parentesco com a chefe de gabinete de Nely. “O partido quer impor um nome que é parente da chefe de gabinete da presidente e eu não posso aceitar isso terminantemente. Eu estou com a Kika da Serra, o nome dela é o melhor para Belo Horizonte, junto com o meu, e eu não vou abandonar essa proposta de ter comigo quem vai levar para a Prefeitura políticas para melhorar a vida das pessoas das comunidades”, disparou.

Também em contato com a reportagem, Nely Aquino expôs ainda mais a fragilidade da relação com Carlos Viana e sugeriu que o senador troque de partido. “A sua desfiliação era o melhor caminho, mas quem não sabe construir em grupo encontra mesmo essa dificuldade. Enquanto ele for filiado ao PODEMOS, partido presidido por uma deputada federal que tem orgulho de integrar a Família Aro, terá que abrir mão das suas vaidades pessoais se quiser mesmo ser candidato a prefeito”, afirmou.

Leia também: Viana afirma que haverá intervenção nacional do Podemos pra manter Kika como vice

Pelas redes sociais, o senador definiu a declaração de Nely como “destempero”. “Em resposta ao destempero, se a Deputada quer dar golpe, que ela dê! A vice prefeitura não é cabide de emprego para ela colocar parente. Minha escolha, Kika da Serra, vai dar voz àqueles que sempre votaram, mas nunca foram ouvidos ou participaram das decisões”, disparou

No contato com a reportagem, Viana ainda disse descartar uma indicação que tenha relação com o atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Zema. “Nunca houve acordo com a Família Aro sobre o nome do vice. O vice é uma escolha minha como candidato e eu tenho o apoio do Partido Nacional sobre esse assunto”, concluiu.

Carlos Viana ainda afirmou que a escolha do vice de sua chapa seria dele. “O que está acontecendo é que o sistema não quer uma vice de comunidade que tenha um histórico de trabalho como liderança em pessoas que sempre votaram e nunca foram ouvidas”, criticou.

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Podemos surpreso com postura de Viana

A reportagem também foi atrás de interlocutores do Podemos, que se mostraram surpresos com a postura de Carlos Viana, afirmando que a insistência no atrito pode prejudicar sua campanha à Prefeitura. Eles dizem não entender qual a intenção do senador com as atitudes e especulam se tratar de um “jogo de poder”.

A conta é que se Viana não aceitar a indicação do partido perderá o apoio de cerca de 145 pré-candidatos a vereador pela coligação, que também conta com DC, PRTB e PMN, além de não ter acesso ao dinheiro do fundo eleitoral. Ainda segundo a apuração, a direção nacional do Podemos já informou à Nely Aquino que a escolha de Renata Rosa será apoiada.

A definição final, segundo os interlocutores, será do partido e a resistência de Viana poderá causar uma “implosão” na chapa.


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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Jessica de Almeida é repórter multimídia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.
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