Segunda maior cidade de Minas Gerais, Uberlândia, no Triângulo, ultrapassou a capital Belo Horizonte e recebeu, neste primeiro semestre, R$ 6,7 milhões dirigidos diretamente do Orçamento da União para os cofres do município. O valor é parte de uma emenda individual destinada pelo deputado federal Weliton Prado (Solidariedade-MG) para obras no Hospital Universitário gerido pela Universidade Federal e Uberlândia (UFU).
Dez deputados da bancada mineira no Congresso Nacional destinaram 26 emendas diretamente para prefeituras, conforme levantamento feito pela Itatiaia a partir do Portal da Transparência. Até o último dia 7, o Governo Federal pagou — parcial ou integralmente — 15 delas, e Uberlândia é a cidade que recebeu a maior cifra. Logo atrás do município do Triângulo aparece Belo Horizonte.
A capital mineira recebeu, nessa modalidade de transferências com finalidade definida, R$ 2,1 milhões — valor que partiu dos deputados Pedro Aihara (PRD-MG) e Stefano Aguiar (PSD-MG). Também lideram a lista dos municípios campeões dessas emendas: Gurinhatã, no Triângulo; São João das Missões, na região Norte; e Ribeirão das Neves, na região metropolitana de BH. Valores também chegaram diretamente aos cofres de outras nove prefeituras mineiras.
Ao contrário das emendas Pix criticadas pela falta de transparência, essas transferências com finalidade definida precisam indicar o destino do dinheiro remetido pelo congressista ao município. Apesar disso, as duas estão contidas na modalidade das emendas individuais — aquelas às quais todos os parlamentares têm direito.
Prioridade. Os três senadores eleitos por Minas Gerais — Carlos Viana (Podemos), Cleitinho (Republicanos) e Rodrigo Pacheco (PSD) — e outros deputados que destinaram emendas à região optaram por transferências para os cofres do Governo Estadual, que, então, redestina os valores aos municípios indicados pelos congressistas. Metade dessas emendas empenhadas é dirigida à área da saúde, cerca de R$ 1 bilhão. Segundo a Transparência, 35% delas deverão ser repassadas para “encargos especiais” — são as despesas orçamentárias que não se enquadram nas demais áreas. Há também previsão de transferências para assistência social, agricultura e esportes e lazer.
Conforme o painel, R$ 1,4 milhões foram destinados por 52 deputados; e os valores oscilam. A bancada mineira responde por R$ 234 milhões destes valores empenhados pelo Governo Federal. Quem lidera individualmente os repasses é o presidente do Congresso e senador Rodrigo Pacheco. Ele destinou R$ 66,8 milhões para Minas Gerais; e R$ 53,3 milhões já foram pagos. Em seguida aparecem os senadores Cleitinho, com R$ 65 milhões, e Carlos Viana, com R$ 62 milhões. O quarto lugar desta lista pertence ao deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), que destinou R$ 37,8 milhões das emendas empenhadas.