O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) aceitou uma denúncia e tornou réu o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) pelo crime de v
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF),
A denúncia reporta que Caporezzo publicou vídeos com cortes, montagens e edições de vozes e imagens, edições e falas retiradas de contexto, além de “memes” ultrajantes, ridicularizantes e jocosos.
"(...), o ora denunciado agiu no sentido de humilhar, desprezar e ridicularizar as vítimas, notadamente por pertencerem ao gênero feminino e ante suas condições de mulheres com destacada atuação política, presente, ainda, os propósitos de gerar e intensificar engajamentos, espalhar desinformações a respeito das atividades desenvolvidas pelas vítimas e disseminar discursos de ódio e intolerância”, diz trecho da denúncia.
Em memes e montagens compartilhadas em seus perfis em redes sociais, Caporezzo usou a imagem da influenciadora Thais Carla “em tom jocoso e evidente objetificação da mulher” para ironizar Dandara.
Conforme a denúncia, o objetivo do deputado Cristiano Caporezzo era “impedir ou dificultar o desempenho do mandato político-eletivo” das parlamentares por meio de “menosprezo e discriminação à condição de mulher”.
Publicações semelhantes também foram feitas contra as deputadas Beatriz Cerqueira e Bella Gonçalves, em que, segundo o MPF, elas tiveram falas retiradas de contexto e descaracterizadas pelo deputado em suas redes sociais com o objetivo de humilhar e descredibilizar a atuação política das parlamentares.
Pena
O crime de violência política de gênero foi incluído no Código Eleitoral em 2021. A denúncia do MPF pede que ele seja condenado pelo cometimento do crime previsto no artigo 326-B por sete vezes. O delito tem pena prevista de um a quatro anos de reclusão. Caso Caporezzo seja condenado por todos eles, pode pegar até 28 anos de prisão.
Em nota, Caporezzo diz não ter sido intimado e que não tem “posição formada” sobre o caso. Mas diz se tratar de tentativa de censura.
Confira a nota, na íntegra:
“Eu ainda não fui intimado do que está acontecendo, por isso não tenho posição formada. Acredito que deve se tratar de mais uma tentativa de utilização da máquina persecutória judicial para censurar minhas posições políticas. Infelizmente no Brasil, tudo o que a esquerda mimizenta discorda, na cabeça doentia deles, seria crime. Querem destruir a inviolabilidade de opinião dos parlamentares conservadores e substituir por censura, repressão e cadeia. É assim que os comunistas do século XXI têm agido. Definitivamente, não irei me acovardar. Essa só é a enézima vez que tentam essa estratégia contra mim.”