Ainda no cenário econômico, 66% dos entrevistados fazem coro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e concordam com as críticas à taxa de juros no Brasil, mantida pelo Banco Central.
Na avaliação geral sobre o cenário econômico, 36% dos entrevistados consideram que houve piora no Brasil nos últimos 12 meses - queda de 2% em relação à última pesquisa, feita em maio, mas ainda há frente dos demais índices (32% estável e 28% de melhora).
A avaliação negativa da economia é maioria entre as famílias que recebem mais de 5 salários mínimos (44% apontam que piorou) e as que recebem entre 2 a 5 salários mínimos (39% avaliam que piorou). Já entre as famílias mais pobres, que recebem até 2 salários mínimos, a perceberam é que houve melhora na economia (37% dos entrevistados). O índice aparece empatado tecnicamente com a porcentagem de pessoas que consideram que a economia está estagnada (35%).
Mas nas demais avaliações, o cenário visto pelas famílias é negativo: 63% dos entrevistados acham que o poder de compra dos brasileiros, hoje, é pior se comparado com período de um ano atrás.
Nesse mesmo recorte, 61% dos entrevistados acham que o valor das contas de água e luz subiu. O valor da gasolina também, para 44% dos entrevistados (a pesquisa foi feita antes do anúncio de reajuste da Petrobras). Sobre o preço dos alimentos, 70% dos entrevistados acham que a conta no supermercado ficou mais cara em relação ao último mês.
Apesar do cenário negativo, a esperança dos brasileiros é de que a economia ainda possa decolar no futuro. Quando perguntados sobre a expectativa para os próximos 12 meses, 52% disseram que esperam uma melhora no cenário econômico. Em relação a maio, a confiança na economia cresceu 5%, frente a uma variação negativa de 3% nas pessoas que esperam uma piora na economia brasileira.
Lula x Campos Neto
Na briga que se tornou pública entre o presidente Lula (PT) e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a população aparenta ter se engajado com os argumentos do petista.
Segundo a pesquisa Genial/Quaest, 66% dos entrevistados concordam com as críticas de Lula a política do BC que mantém a taxa de juros em um patamar elevado. Atualmente, a taxa Selic - taxa básica de juros - está mantida em 10,50%.
Entre as pessoas que votaram no presidente Lula em 2022, 77% estão com o petista nas críticas feitas a Roberto Campos Neto. Até entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, as críticas de Lula ao presidente do Banco Central são bem aceitas: 51% dos entrevistados dizem concordar com Lula.
Apesar disso, 53% dos entrevistados concordaram que a condução do Banco Central obedece a critérios técnicos.
Para a pesquisa, foram ouvidas 2 mil pessoas, presencialmente, entre os dias 5 e 8 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.