Nos últimos meses, tem se tornado comum que o Governo de Minas seja representado não pelo governador do estado, mas pelo seu vice.
Dentro do partido Novo, Professor Mateus — como também é conhecido — tem ganhado força a ponto de o presidente estadual da leganda, Christopher Laguna, considerá-lo um “nome orgânico” para o próximo pleito.
“Vemos com bons olhos o nome do Mateus Simões, ele é o nosso, vamos dizer assim, pré-candidato ao governo orgânico, que surge dentro do partido. Ele é uma das figuras mais antigas do partido, nos carregou nas costas em 2016, junto com a turma que o elegeu vereador, e sempre foi um dos grandes representantes, então isso surge naturalmente”, revelou.
Por outro lado, a liderança do Partido Novo em Minas Gerais acredita também que a frequência do vice-governador em agendas do Estado mostra união entre Simões e Zema.
“O Novo opera como um time, em trabalho de equipe. Então, nesse momento, o nosso vice-governador tem várias atribuições dentro do governo, que ele toma frente junto com o governador, dando impressão de que a gente já está trabalhando para 2026.De certa forma, esse é o meu objetivo”, disse Laguna.
Romeu Zema e Mateus Simões
Agenda cheia
Mateus Simões tem representado o governador Romeu Zema em vários eventos oficiais que envolvem o Governo de Minas, dentro e fora do país.
Na primeira visita do presidente Lula ao estado — desde que tomou posse para seu terceiro mandato — em fevereiro, foi o
No retorno de Lula à capital mineira, na última semana, Mateus representou a administração estadual nos dois dias de agenda do presidente na Grande BH. Simões esteve presente em Contagem no último dia 27, quando o petista visitou as obras da avenida Maracanã e anunciou investimentos no município, e também na agenda do dia 28, quando Lula esteve em Belo Horizonte, em um evento no Minascentro, com mais anúncios de investimentos por parte do governo federal.
O vice-governador do Estado também é figura central nas discussões que envolvem a negociação da dívida mineira com a União, atualmente em cerca de R$ 170 bilhões.
Nesta terça-feira (2), Simões esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir uma nova prorrogação do prazo de suspensão da cobrança das parcelas, prazo que vence em 20/07. O pedido só será analisado após o retorno do recesso do judiciário, que vai até 31/07. Nesta agenda, ele acompanhou o governador Zema.
Zema muda relação com o vice
A relação entre Romeu Zema e Mateus Simões contrasta com a que o governador teve com seu vice durante o primeiro mandato (2019-2022). Durante aquele período, a relação com o vice Paulo Brant, que era do mesmo partido, foi se enfraquecendo com o passar do tempo, ao ponto de
Romeu Zema e Paulo Brant tomaram possem em 1º de janeiro de 2019, mas relação esfriou ao longo do mandato
Em junho, já filiado ao PSB, Brant foi confirmado como vice na chapa do pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo, inimigo declarado da família Aro, que tem atualmente Marcelo Aro como Secretário da Casa Civil de Zema.
Carreira meteórica
Mateus Simões tem 41 anos e foi eleito vereador por Belo Horizonte nas eleições de 2016 com 5.522 votos pelo Partido Novo. Em 2018 foi o coordenador da transição do governo de Minas na equipe de Romeu Zema. O posto o cacifou para assumir o cargo de secretário-geral do governo de Minas, em 2020, quando ele se licenciou da cadeira na Câmara Municipal.
Nas eleições de 2022, foi eleito vice-governador por Minas Gerais na chapa de Zema, ainda no primeiro turno, derrotando o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).
O que diz o governo?
Em nota enviada à Itatiaia, o governo de Minas afirma que o principal motivo para a agenda cheia de Mateus Simões é a necessidade de atender às demandas da população.
“A exemplo do governador Romeu Zema, o vice-governador Professor Mateus cumpre uma série de compromissos oficiais no interior de Minas, com o principal objetivo de se aproximar da população e entender melhor as distintas realidades e necessidades do estado, a partir do diálogo com os moradores, os gestores municipais e o setor produtivo. As viagens do vice-governador são focadas na discussão de demandas apresentadas pelas prefeituras e pela população, bem como na implementação de políticas públicas, incluindo as entregas de obras e equipamentos destinados à melhoria da qualidade de vida dos mineiros”, diz trecho do comunicado.
Ainda de acordo com o Executivo estadual, é “natural” que o vice represente o governador “nas localidades onde o chefe do Poder Executivo não pode estar, devido a outros compromissos oficiais em datas conflitantes”. Procurado, o vice-governador de Minas Gerais ainda não se manifestou pessoalmente.