A ex-senadora Heloísa Helena (Rede-RJ), de 63 anos, está de volta ao Congresso Nacional quase duas décadas após deixar o Parlamento. Ela assume a vaga do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que teve o mandato suspenso por seis meses por quebra de decoro parlamentar.
Na noite de quarta-feira (10),
O caso se refere ao episódio de abril de 2024, quando Glauber expulsou, aos chutes, o youtuber Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), após uma discussão nos corredores da Câmara. O deputado alegou ter sido provocado e intimidado, afirmando que o ativista perseguia sua família e havia ofendido sua mãe, que enfrentava Alzheimer em estágio avançado. Costenaro, por outro lado, disse ter sido surpreendido durante o almoço e agredido sem motivo.
Inicialmente, os parlamentares se preparavam para votar a cassação do mandato, mas o PSOL articulou uma estratégia para tentar evitar a punição máxima. O partido apresentou um destaque propondo a suspensão por seis meses, colocando-o para votação antes da análise da cassação. A margem apertada - 226 votos a favor e 220 contra - sinalizou que não havia os 257 votos necessários para cassar o deputado. Diante da possibilidade de Glauber sair sem nenhuma penalidade caso a cassação fracassasse, parte da direita e do próprio Centrão recuou e passou a apoiar a suspensão, consolidando o resultado final.
Com o afastamento de Glauber, Heloísa Helena entra em cena como primeira suplente da federação Rede-PSOL.
Ex-aliada do PT e fundadora de partidos
De volta ao Congresso, a Heloísa Helena tem uma longa trajetória marcada por embates com a oposição e até aliados. Eleita senadora pelo PT em 1999, ela foi expulsa do partido em 2003 após rejeitar a reforma da Previdência proposta pelo governo Lula, alegando que o projeto tinha caráter “neoliberal”. Um ano depois, ajudou a fundar o PSOL e, em 2006, concorreu à Presidência da República, ficando em terceiro lugar, com mais de 6% dos votos. Em 2013, participou da criação da Rede Sustentabilidade, sigla que hoje vive um histórico de divergências internas, sobretudo entre o grupo ligado a ela e o da ministra Marina Silva.