O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu que Jair Bolsonaro passará por uma perícia médica oficial antes que o STF avalie um pedido de cirurgia feito pela defesa do ex-presidente.
O despacho foi assinado dentro da fase de execução da pena, etapa em que a Justiça acompanha o cumprimento da condenação, incluindo condições de custódia e questões de saúde.
No dia 9 de dezembro, os advogados informaram ao STF que Bolsonaro teria apresentado novos problemas de saúde e defenderam a necessidade de uma cirurgia urgente.
Para justificar o pedido, anexaram relatórios de três médicos, com exames feitos entre 2019 e setembro deste ano.
Moraes, porém, apontou inconsistências. O ministro ressaltou que, no exame médico-legal realizado no dia da prisão, não houve indicação de urgência cirúrgica. E frisou que os documentos apresentados pela defesa não são recentes: o laudo mais novo tem cerca de três meses e, à época, nenhum médico recomendou intervenção imediata.
O despacho lista os exames entregues: polissonografia, angiotomografias, doppler, tomografia, endoscopia e colonoscopia, justamente para destacar que não há evidência de agravamento clínico após a prisão. Por isso, Moraes não autorizou a cirurgia agora. Ele determinou que Bolsonaro seja submetido, em até 15 dias, a uma perícia médica oficial da Polícia Federal. Só após o novo laudo o STF decidirá se há, de fato, necessidade de procedimento cirúrgico urgente.