A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (4) mandados de busca e apreensão para aprofundar a investigação de um suposto esquema de fraudes em certificados de vacina contra a covid-19, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido beneficiado.
Nesta fase da operação, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os alvos são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Mobilidade Urbana do governo estadual do Rio, Washington Reis (MDB-RJ), e a atual secretária de Saúde do município, Célia Serrano.
Apesar do caso já ter sido concluído em março, resultando no indiciamento do ex-presidente, a PGR havia pedido novas diligências sobre o caso para ampliar a investigação, em busca de mais pessoas que teriam participado da fraude.
De acordo com a Polícia Federal, tanto Reis quando Célia teriam participação no esquema de fraude dos cartões de vacina e atuaram para viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.
“A ação tem como objetivo, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento”, informou a PF.
Na primeira fase da operação, ocorrida em maio de 2023 após delação de Mauro Cid - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro -, a PF revelou que o tenente-coronel teria iniciado o esquema para forjar um certificado físico de vacinação para Covid-19 para sua esposa.
Entretanto, a investigação destacou que a estrutura criminosa se consolidou no tempo, passando a ter a adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para “inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”, sua filha e outras pessoas. Na ocasião, Cid revelou oi pedido feito pelo próprio presidente na época e que os certificados foram impressos no Palácio da Alvorada e entregues “em mãos” a Bolsonaro.
Bolsonaro e Cid foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações, cuja pena de prisão varia de 2 a 12 anos, além de multa.
Os alvos da operação ainda não se manifestaram sobre a ação da PF.