O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu, nesta quarta-feira (15), a inclusão de Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, de 58 anos, na lista da difusão vermelha de procurados da Interpol. Dona de casa e ex-candidata a vereadora em Betim, ela foi condenada a 14 anos de prisão pela tentativa de golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa.
Há a suspeita de que Jupira tenha fugido do Brasil. De acordo com reportagem do “Uol”, baseada em informações da Polícia Federal, ela teria escapado para o Uruguai, cruzando a fronteira seca do Rio Grande do Sul.
Jupira foi presa no Palácio do Planalto, em Brasília, logo após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ela está em liberdade provisória desde agosto do ano passado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator das ações relacionadas ao episódio no Supremo Tribunal Federal.
A Itatiaia levantou informações disponíveis no processo que corre contra Jupira no STF. Por lá, constam dados que mostram que ela foi candidata a vereadora de Betim em 2004 pelo Partido dos Trabalhadores. Ela foi filiada à legenda de 2001 a 2011. Em seguida, ela se filiou ao antigo Partido da República (PR), hoje Partido Liberal (PL). Ela segue vinculada ao partido.
Além disso, consta em relatório produzido pelo Ministério Público Federal (MPF) que Jupira esteve registrada no CadÚnico, conjunto de informações do governo federal sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza, entre 2012 e 2018.
A reportagem tenta contato com a defesa de Jupira, mas ainda não teve retorno. No processo, os advogados sustentam que não há evidências reais da participação dela nos atos de depredação.