O Concurso Nacional Unificado pode ser adiado? Veja o que disse ministro do governo Lula

Prova está marcada para a acontecer em todo o país no domingo (5); cerca de 6 mil inscritos estão em áreas de emergência no RS

Governo estuda maneira de realizar prova em áreas afetadas por chuvas no Rio Grande do Sul

Com a situação emergencial enfrentada no Rio Grande do Sul por causa das fortes chuvas, o governo federal discutiu a possibilidade de adiar o Concurso Nacional Unificado (CNU) e ainda avalia soluções jurídicas para garantir que todos os inscritos nas regiões afetadas possam fazer a prova.

De acordo com o ministro Paulo Pimenta (PT), chefe da Secretaria de Comunicação Social, o adiamento da prova em todo o país foi descartado pelo impacto que a medida teria para mais de 2,5 milhões de pessoas, muitas delas já em deslocamento para cidades onde serão realizadas as provas.

“Nós tivemos uma reunião ontem no Palácio com a ministra Ester, com outros órgãos do governo, para discutir a questão do concurso. A possibilidade de adiamento do concurso tem um custo de R$ 50 milhões. Temos mais de 2,6 milhões de inscritos em todo o país. A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, é muito questionável. Portanto, a hipótese que existiria é a suspensão total do concurso. No entanto, temos que considerar que, dos 86 mil inscritos no RS, nós temos 10 cidades onde vão ocorrer o concurso, algumas dessas cidades não estão em área de situação de emergência ou impedimento de acesso. Temos cerca de 21 mil inscritos que estão fora de cidades onde vai acontecer o concurso. Desse total, cerca de 6 mil estão em situação de emergência ou sem acesso às cidades onde ocorrerão as provas”, afirmou o ministro.

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Na quinta-feira (2), durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às cidades afetadas, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que a realização do concurso no estado ficou “inviabilizada”.

“Vamos recomendar ao governo federal que seja contornada essa situação. Esse concurso ficou completamente inviabilizado nos próximos dias, no final de semana, para a população gaúcha. Nós vamos solicitar que seja encaminhado algum tipo de solução para o CNU”, afirmou Leite.

Horas depois, o ministério da Gestão e Inovação informou que o exame está mantido em todo o país e que soluções logísticas serão estudadas para as áreas afetadas. Nesta sexta-feira (3), novas reuniões serão marcadas pelo governo federal para discutir as possíveis alternativas.

“Vamos nos debruçar sobre isso e o compromisso do governo é que ninguém seja prejudicado, ninguém pode deixar de participar do concurso porque está em uma cidade em situação de emergência ou que o bloqueio impede o acesso onde terá a prova. Vamos tratar do assunto no dia de hoje, ver do ponto de vista jurídico toda a segurança necessária, para não comprometer a situação dos demais, muitos que já se deslocaram para fazer a prova. As provas já estão nos estados. Mas a garantia é que ninguém no Rio Grande do Sul será prejudicado, ninguém será impedido de participar, se não puder fazer no domingo, vamos construir uma outra alternativa”, continuou o ministro.

“Do total de 2,6 milhões que se inscreveram, 2,5 milhões estão prontos para fazer a prova no domingo. Diferente do Enem, que você tem um banco de perguntas, que o próprio Enem já prevê a possibilidade de uma segunda chamada, neste concurso temos um outro formato, não tem um banco de perguntas. Então, não temos uma solução pronta. Vejo com dificuldade uma operação de transporte de 6 mil pessoas na medida em que estamos trabalhando no resgate de famílias que estão entre a vida e a morte”, finalizou Pimenta.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.

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