O governo federal lança nesta segunda-feira (22) um novo investimento no setor de crédito imobiliário no país, com foco nas famílias consideradas de classe média. A ação amplia a oferta de financiamentos para compra da casa própria, beneficiando especialmente as famílias que não se qualificam para o Programa Minha Casa Minha Vida, mas que também não são atendidas pelo financiamento existente hoje no mercado, com taxas consideradas muito caras.
A proposta faz parte da Medida Provisória assinada pelo presidente Lula (PT) que cria o que tem sido chamado pelo governo de Programa Acredita, que inclui uma série de medidas para incentivar o crédito no país.
Na avaliação do governo, a oferta de crédito imobiliário atual é muito baixa, o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Em países de renda média, essa oferta gira entre 26% a 30% do PIB. Segundo o governo, a falta desse investimento faz com que o setor de construção civil no Brasil opere abaixo das possibilidades.
O aumento na oferta de crédito será possível graças a uma operação financeira que envolve a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), que terá o papel de securitizar o mercado imobiliário através da criação do mercado secundário para crédito imobiliário.
Isso permitirá que os bancos abram espaço em seus balanços para liberar novos financiamentos imobiliários. A injeção de crédito para financiamentos na compra da casa própria é estimada em cerca de R$ 300 bilhões, com taxas acessíveis para a classe média e suprindo a queda da captação da poupança.
Além de ajudar as famílias de classe média, a iniciativa também é um estímulo para o setor da construção civil, que poderá voltar a investir na geração de emprego e crescimento econômico.