O futuro dos dividendos extraordinários da Petrobras será definido em Assembleia Geral Ordinária, na terça-feira (25). Há perspectiva de que os acionistas aceitem a proposta do Conselho de Administração da estatal, que, na sexta-feira (19), sugeriu o pagamento de metade dos dividendos extraordinários. A retenção da quantia bilionária no mês passado derrubou o valor da Petrobras e frustrou o mercado.
Os dividendos extraordinários estão avaliados em R$ 43,9 bilhões. A distribuição de metade desse valor para os acionistas corresponderia a uma arrecadação próxima de R$ 6 bilhões para a União, que detém ações da Petrobras.
A liberação dessa parcela dos dividendos extraordinários deve acalmar os ânimos do mercado. Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia, têm visto de perto as movimentações no Conselho de Administração da estatal.
No início do mês, eles estiveram reunidos com o ministro Rui Costa, da Casa Civil. Após o encontro, Haddad informou que o Governo Federal estava à espera do plano de investimentos da Petrobras para decidir como se manifestaria a respeito da distribuição dos dividendos.
Os ministros Haddad e Silveira foram peça-chave para controlar a crise na Petrobras após a decisão de reter os dividendos extraordinários e de pagar apenas o valor mínimo dos demais dividendos — cerca de 45% do fluxo de caixa livre da empresa. A definição refletiu imediatamente na posição da Petrobras no mercado: a empresa perdeu R$ 55 bilhões em seu valor.
Para amenizar o mal-estar, Haddad e Silveira disseram publicamente, depois de uma longa reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e diretores da estatal, que o governo não descartava a possibilidade de pagar futuramente os dividendos extraordinários aos acionistas.
Na sexta-feira (19), o Conselho de Administração se reuniu e indicou em comunicado público que a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários ‘não comprometeria a sustentabilidade financeira’ da empresa.
