O ex-prefeito de Salvador e secretário do União Brasil, ACM Neto, afirmou nesta quarta-feira (20) que o Conselho de Ética terá 60 dias para decidir se irá manter ou não a decisão da Executiva Nacional de afastar temporariamente do cargo o presidente da legenda, Luciano Bivar.
Enquanto o processo não for concluído, o partido será comandado pelo vice-presidente, Antonio de Rueda, que foi eleito para comandar o União Brasil a partir de 1 de junho. O Conselho de Ética também decidirá se Bivar será expulso do partido.
A reunião da Executiva Nacional, que analisou o parecer da senadora professora Dorinha (União-TO), foi marcada por uma discussão acalorada entre ACM Neto e Luciano Bivar, que teria se exaltado com os demais membros da cúpula do partido.
Na representação, Bivar é acusado de ofensas e ameaças ao presidente eleito Antonio de Rueda e familiares dele. Ainda no parecer, a senadora acusa Bivar de praticar violência política contra mulher, além de validar cartas de desfiliação de seis deputados do União Brasil do Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada do partido, mesmo após parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) em processo judicial que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contrário à desfiliação.
ACM disse que o foco agora é construir as bases para as eleições municipais de 2024, com o objetivo de lançar o maior número de candidaturas próprias, mas sem descartar eventuais apoios a partidos aliados.
“A gente partir de hoje espera virar essa página que foi vivida nas últimas semanas, em função de tudo o que aconteceu e que vocês noticiaram, e ter condições de retomar a normalidade da vida partidária, de continuar cumprindo as regras do nosso estatuto, de abrir o partido à participação de seus filiados, de aproximar o partido do cidadão e de dar visibilidade ao partido”, afirmou ele.
A cúpula do partido não descarta uma eventual judicialização do caso. ACM Neto afirmou, no entanto, que Bivar participou de todo o processo, inclusive, da votação do parecer da senadora professora Dorinha.
“Todas as votações contaram com a participação de todos. Quando ele (Bivar) se abstém, ele está votando. Então, ao nosso ver, qualquer eventual questionamento que possa existir sobre a legalidade da condução cai por terra, uma vez que o próprio Bivar participou e votou na reunião de hoje”, afirmou ACM Neto.