Ouvindo...

Ex-presidente prometeu concluir duplicação caso eleito presidente em outubro

Ex-presidente admitiu desconhecer os problemas recentes da obra na ‘Rodovia da Morte’, mas defendeu maiores investimentos federais

BR-381 teve 60 quilômetros entregues entre 2014 e 2020

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (8), em entrevista à rádio 97 FM, afiliada da Itatiaia no Vale do Aço, que vai concluir a duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, se for eleito presidente da República.

O ex-presidente, no entanto, admitiu não ter informações atuais sobre os problemas da rodovia e errou ao falar sobre a paralisação das obras.

Segundo Lula, a duplicação começou a ser paralisada após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que aconteceu em 2016. Porém, desde 2015, ainda no governo petista, a duplicação começou a sofrer atrasos e paralisações.

“Eu concluí a duplicação da BR-381 de Belo Horizonte até São Paulo. A presidenta Dilma começou a fazer o trecho de BH até Governador Valadares. Mas, logo depois veio o golpe e a obra ficou paralisada. Eu fiz o contorno da BR-381 que foi inaugurado pelo companheiro José Alencar em Ipatinga. Foi investimento que custou mais de R$ 60 milhões”, disse Lula.

Paralisações

Em 2014, Dilma Rousseff assinou a ordem de serviço para a duplicação da BR-381. Os 303 quilômetros entre a capital mineira e Governador Valadares foram divididos em oito lotes e cada trecho foi licitado separadamente.

As obra começaram no final de 2014, mas já em 2015, com a piora na situação econômica, surgiram paralisações e atrasos. Uma das empresas desistiu de continuar na obra e a duplicação da BR-381 foi levada para a Justiça.

Desde o segundo semestre de 2015, a duplicação entrou em marcha lenta e vários canteiros de obras ficaram abandonados. Cerca de 60 quilômetros foram concluídos em mais de seis anos, entre 2014 e 2020. Sem recursos federais para continuar a obra, o governo federal incluiu a “Rodovia da Morte” no pacote de concessões para a iniciativa privada.

Concessão

A aposta no investimento privado também vem se mostrando complicada. O leilão da rodovia que havia sido marcado para o final do ano passado foi adiado porque nenhuma empresa apresentou uma proposta. O governo remarcou o leilão para outras duas datas neste ano e, novamente, o certame foi cancelado e não há nova data marcada para ocorrer.

“Nós precisamos terminar esse trecho da ferrovia 381 (sic), precisamos terminar. Sinceramente, não posso te falar agora porque a duplicação está parada, porque está andando a passos de tartaruga. Quando Dilma começou estava andando bem e depois foi parando. Se eu voltar, vamos concluir e eu vou inaugurar. O Vale do Aço significa muito para mim. Espero como presidente poder voltar para anunciar as boas novas para a região”, afirmou Lula, que confundiu a rodovia com uma ferrovia.

Segundo o Ministério da Infraestrutura, o projeto de concessão da rodovia 381 exige investimentos robustos que solucionem problemas consideráveis da via. A necessidade de desapropriações nas margens da estrada é considerada um dos principais entraves para a obra. O governo federal trabalha para que as tarifas praticadas pela futura concessionária sejam justas para os usuários das rodovias.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.