Ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e secretário de Segurança do Distrito Federal à ocasião do 8 de Janeiro, Anderson Torres declarou à Polícia Federal que não sabia sobre o plano para monitorar e prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um golpe de Estado.
Ele afirmou ainda que, em 6 de janeiro, marcou uma reunião com autoridades do DF para desmontar o acampamento golpista instalado no quartel-general do Exército em Brasília. As informações constam no depoimento concedido à PF, cujo sigilo foi derrubado por determinação de Moraes nesta sexta-feira (15).
Ao longo do depoimento, Torres confirmou ter participado da reunião entre Bolsonaro e ministros antes da eleição. No encontro, o grupo atacou a lisura das eleições e pôs em xeque a segurança do sistema eleitoral. Torres disse à PF que não acredita que tenha ocorrido fraude nas urnas em 2022 e também garantiu nunca ter questionado o sistema eleitoral.
O delegado de carreira da Polícia Federal também reforçou o que já havia dito em depoimentos anteriores: ele disse que não sabe quem é o autor da minuta golpista, e classificou o documento como ‘aberração jurídica’, acrescentando ainda que o texto estava mal redigido.
Sobre os encontros com Jair Bolsonaro após a derrota no segundo turno da eleição, Torres disse ter ido ao Palácio da Alvorada apenas para consolar o então presidente, que, segundo ele, estava deprimido e com sistema imunológico frágil.
