O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a subir o tom contra o governador de Minas Gerais — a quem chamou de “ventríloquo” e “moleque de recados” do ex-presidente Jair Bolsonaro — após declarações recentes de Romeu Zema (Novo) sobre o governo federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista excluxiva à Itatiaia nesta segunda-feira (4), Silveira disse que Zema subiu no palanque novamente e faz ataques “muito graves” a Lula em meio a um processo de negociação de uma proposta alternativa para a dívida de Minas Gerais com a União.
“Ele virou, efetivamente, um ventríloquo do ex-presidente Bolsonaro. Ele ataca o Judiciário, na minha opinião, de forma covarde e irresponsável quando diz que o Judiciário tem sido parcial e perseguido as pessoas. Ele precisa apontar nomes. Ele fez ataques, também, muito graves ao presidente Lula, à instituição Presidência da República”, afirmou.
Silveira se refere a declarações de Zema, nos últimos dias, em Porto Alegre (RS), onde participou de um encontro de governadores das regiões Sul e Sudeste. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, no último sábado (2), ela firmou temer “alguma parcialidade” nas investigações que afetam Bolsonaro na Juistiça.
“A Justiça no Brasil, no meu entender, tem demonstrado que, muitas vezes, tem julgado de acordo com interesses políticos e não de acordo com a lei. E isso me parece que ficou bastante acentuado nesses últimos 14 meses”, disse, referindo-se ao período em que Lula ocupa o cargo de presidente pelo terceiro mandato.
Durante discurso no evento do Cosud, na capital gaúcha,
"É lamentável que, depois do avanço da Reforma Trabalhista, temos gente que fica discutindo para desfazê-la. É lamentável que, depois da melhoria na governança das estatais, venhamos a perder tempo em desfazer esse grande avanço, que vai evitar que um novo Petrolão surja”, afirmou.
À Itatiaia, Silveira disse que Zema “força a mão” para que um eventual acordo sobre a dívida de Minas Gerais com a União não saia do papel.
“Eu chego até a pensar que ele força a mão para que o acordo não aconteça e que seja aprovado o Regime de Recuperação Fiscal, que penaliza os servidores da segurança, da saúde, da educação, que vai afetar a qualidade desses serviços”, afirma.
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