Em compromisso oficial no Egito, nesta quinta-feira (15), o presidente Lula discursou ao lado do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e voltou a pedir uma solução pacífica para o fim do conflito entre Israel e Hamas, que ocorre na Faixa de Gaza. Lula ainda disse que os países membros do Conselho de Segurança da ONU não deveriam fomentar a guerra e criticou o poder de veto dentro do conselho que impede qualquer busca por soluções.
Não é a primeira vez que Lula faz críticas à ONU e ao Conselho de Segurança, que foi presidido pelo Brasil por um breve período em 2023. Como o país não é um membro permanente do Conselho, não possui a mesma autoridade de outros países que podem vetar até mesmo decisões colegiadas. “É preciso que o Conselho de Segurança da ONU tenha outros países participando. Outros países da África, outros países da América Latina participando. É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do conselho de segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentam a guerra”, criticou Lula.
A fala ocorre em meio à escalada no conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza. Nesta semana, a guerra foi ampliada com uma operação militar de Israel na região de Rafah, considerada pelo exército israelense como o último reduto do Hamas. A região que faz fronteira com o Egito também era considerada a última ‘livre’ de bombardeios e ataques de Israel desde o início do conflito, em outubro do ano passado.
Relação com o Egito
A agenda no Egito ocorre a convite do presidente Abdel Fattah al-Sisi e celebra os 100 anos de relações diplomáticas entre os dois países. No encontro que ocorreu pela manhã, Lula teve uma conversa reservada com o líder egípcio e tratou de temas como o conflito entre Isarel e Hamas, o comércio entre os dois países e a criação de uma zona livre de armas núcleares no Oriente Médio – similar à que já existe na América Latina.
Lula também falou sobre o combate a fome em uma campanha enbaceçada pelo Brasil, atual presidente do G20 - grupo que reúne as maiores economicas globais.
“No G20, contamos com o apoio do Egito para fazer da Presidência brasileira um sucesso, em especial nas duas iniciativas que vamos lançar: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima,” disse Lula, que também comentou sobre a pauta específica de países africanos que buscam apoio para renegociação de dívidas extrernas. “Queremos também promover ampla discussão sobre a dívida externa dos países africanos. Mesmo com a presença permanente da União Africana no G20 a partir deste ano, a sub-representação do continente ainda demanda pelo menos dois novos países da África como membros plenos”, garantiu o presidente brasileiro.
Ainda nesta quinta-feira, Lula tem um encontro marcado com o Secretário-Geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit, para tratar de agendas bilaterais de comércio com os países da região.
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