Contra as acusações que os parlamentares de oposição têm dirigido à Polícia Federal (PF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que a corporação pratique perseguições políticas. A declaração é uma resposta indireta às críticas sofridas após operações contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Podemos-RJ) no âmbito da investigação sobre a Abin paralela. “Ninguém persegue ninguém. A Polícia Federal não persegue ninguém”, afirmou durante a cerimônia de posse do novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira (1º), no Palácio do Planalto.
Com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), na plateia durante a solenidade, Lula também pontuou que o Governo Federal não cogita interferir na política de segurança pública praticada pelos estados, mas, ponderou que o Ministério da Justiça contribuirá quando necessário. “O governo não quer se intrometer a fazer política de segurança nos estados. Queremos construir com os governadores as parcerias necessárias para ajudar a combater o crime”, colocou o petista. Até março, pelo menos, segundo portaria do à época ministro Flávio Dino, o governo manterá a Força Nacional nos portos e aeroportos no Rio de Janeiro. A presença dos agentes é um pedido de Castro para reforçar o combate ao crime organizado.
Críticas. A declaração de Lula sobre a atuação da Polícia Federal responde críticas costuradas pela oposição, principalmente após a operação de segunda-feira (29), que mirou o vereador Carlos Bolsonaro no âmbito da investigação sobre a atuação de uma Abin paralela. À ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o político estava acompanhado do pai, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e dos irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Nessa quarta-feira (30), Flávio Bolsonaro e integrantes da oposição se encontraram com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Após a reunião, Flávio teceu críticas à atuação da PF e afirmou haver uma ‘Polícia Federal paralela’ para perseguir opositores do governo Lula. “Quanta saudade daquela Polícia Federal que batia na porta de bandidos, em que havia subsídios, provas, testemunhas, delações que pessoas que roubaram dinheiro público. Faziam operações para prender quadrilhas e traficantes. E agora? Para prender opositor político do atual governo”, disparou.
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