Bolsonaro rebate Haddad e diz que Brasil fechou as contas no azul em seu último ano de governo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais, neste sábado (23), para rebater a versão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que acusou o governo anterior de ser responsável pelo déficit nas contas públicas deste ano. Os dois foram adversários na eleição presidencial de 2018, vencida por Bolsonaro no segundo turno. Em uma publicação nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que o Brasil fechou as contas no azul, em 2022, com superávit de R$54 bilhões de reais.

O ministro Fernando Haddad detalhou, em um café da manhã com jornalistas, em Brasília, nesta sexta-feira (22), que o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), enviado pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, em 2022, previa um déficit de R$60 bilhões de reais, sem levar em conta os recursos adicionais para o Bolsa Família, uma vez que tanto Bolsonaro quanto o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se comprometeram com a manutenção do pagamento de R$ 600 reais aos beneficiários do programa social, o que aumentaria as despesas em cerca de R$60 bilhões de reais.

Pelos cálculos do ministro Fernando Haddad, o Brasil encerrará 2023 com déficit de R$130 bilhões de reais. Esse montante inclui o acordo do governo federal para compensar os estados com as perdas de arrecadação por conta da redução do ICMS sobre combustíveis, telecomunicações e energia. O Ministério da Fazenda e os governadores fecharam um acordo, este ano, de R$26,9 bilhões de reais. O rombo de R$130 bilhões não contempla o pagamento dos precatórios fixados em R$90 bilhões. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal permitiu tirar esse valor do limite de gastos públicos até 2026.

Para o ano que vem, o governo trabalha com a meta de déficit zero das contas públicas. A estimativa consta na Lei Orçamentária Anual de 2024, que foi aprovada nesta sexta-feira (22) pelo Congresso Nacional.