Vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado federal em primeiro mandato, ex-prefeito de Maricá (PT) e um colecionador de polêmicas dentro e fora de seu espectro político. Esse é um resumo de Washington Luiz Cardoso Siqueira, popularmente conhecido como Washington Quaquá,
Faltavam poucos minutos para a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao plenário da Câmara, onde acontecem as sessões do Congresso. Em frente à tribuna, deputados de oposição e governistas se acotovelavam em meio a gritos e filmagens de celular. Entre eles, estavam Messias Donato (Republicanos-ES) e Quaquá.
“Vou representar na Comissão de Ética”, disse o deputado petista, que se queixava dos gritos dos oposicionistas. “Tu é viadinho, rapaz!”, completou Quaquá.
Pelo vídeo que flagrou a situação, gravado pela também deputada Sílvia Waiãpi (PL-AP), é possível perceber que Donato responde e tenta abaixar o braço de Quaquá, que segurava o celular. O petista, então, lhe desfere um tapa com a mão oposta. A partir desse momento, outros deputados tentam apartar a discussão. Quaquá segue xingando: “Vai tomar no cu!”, disse o petista.
Em nota, o deputado petista disse que sua reação foi “desencadeada por uma agressão anterior”. “O deputado [Messias Donato] proferia ofensas contra o presidente da República quando liguei a câmera do celular com a intenção de produzir prova para um processo. Fui então empurrado e tive o braço segurado para evitar a filmagem. Nunca utilizo a violência como método, mas não tolero agressões verbais ou físicas da ultra direita e sempre reagirei para me defender. Bateu, levou.”
Deputados do PL e do Republicanos, partido de Donato, devem ingressar com uma representação pedindo a perda do mandato do petista.
QUEM É QUAQUÁ
Integrante da Executiva Nacional do PT, Quaquá tem histórico de confusões, inclusive, dentro do próprio partido. Natural de São Gonçalo (RJ), ele está no PT desde os 14 anos de idade.
Ele já foi acusado de usar programas sociais da Prefeitura de Maricá em benefício próprio nas campanhas eleitorais. Em 2013, Quaquá foi condenado por abuso de poder político. A Justiça Eleitoral do Rio optou por mantê-lo no cargo, mas o deixou inelegível por 8 anos.
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Em 2016, ele inaugurou uma estátua do guerrilheiro Che Guevara em frente a um hospital da cidade. Em 2019, ele se envolveu em uma briga de bar em Maricá. Na ocasião, ele atirou uma cadeira em um homem que vestia uma camisa com uma suástica.
Já em janeiro de 2022, em entrevista, Quaquá fez críticas à ex-presidente Dilma Rousseff, o que gerou um mal-estar dentro do partido. Ele acredita que a colega de partido “não tem mais relevância eleitoral”. Sem citar nominalmente Quaquá, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa de Dilma.
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Publicamente, o então deputado Paulo Pimenta (hoje ministro-chefe da Secretaria de Comunicação) disse que as manifestações do político eram inaceitáveis. “(Quaquá) É um dirigente do PT, suas falas ganham repercussão contra nós, além de serem injustas, absurdas e preconceituosas. Sinceramente não entendo as motivações em provocar toda essa polêmica absurda!”
Um mês depois, Quaquá publicou uma foto em que aparece sorridente ao lado de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro. Gleisi voltou a criticá-lo, classificando a imagem como “desrespeitosa”.
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Em seguida, também em uma rede social, Quaquá publicou uma imagem de um burro. Na legenda, escreveu: “de direita ou de esquerda, jumento é jumento”. A publicação recebeu vários comentários pedindo que ele saísse do PT.
Na eleição do ano passado, Quaquá foi eleito para seu primeiro mandato como deputado federal, com 113.282 votos (15º mais votado no Rio de Janeiro).