Orçamento 2024 deve ser votado na Comissão Mista de Orçamento nesta quarta-feira

Lei de Diretrizes Orçamentárias, que determina as bases para o orçamento, foi aprovada nessa terça-feira (19) em sessão do Congresso Nacional

Votação do orçamento 2024 na Comissão Mista de Orçamento está prevista para quarta-feira (20)

O relator da Lei Orçamentária Anual (LOA), deputado federal Luiz Carlos Motta (PL-SP), apresentou o parecer nesta madrugada de quarta-feira (20), e a previsão é que a matéria seja votada na Comissão Mista de Orçamento (CMO) à tarde e em sessão no Congresso Nacional na quinta-feira (21). A conclusão do relatório ocorre após a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal nessa terça-feira (19); esse texto determina as bases para a construção do orçamento. A votação do orçamento no Congresso é a última tarefa do Legislativo antes do recesso.

O relatório apresentado por Motta segue as prioridades listadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e, portanto, mantém a meta de déficit zero das contas públicas e determina o salário mínimo para 2024 — R$ 1.412 contra os R$ 1.320 que vigoraram neste ano. A LDO, relatada no Congresso pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), prevê ainda um prazo de seis meses para o empenho das emendas impositivas, aquelas que são obrigatórias. As emendas de comissão não seguirão esse calendário. O texto determina, por fim, cerca de R$ 48 bilhões para essas emendas em 2024.

Governo indica veto à emenda polêmica aprovada pelo Congresso

A Câmara dos Deputados aprovou por 305 votos a 141, e o Senado por 43 a 26, uma emenda à LDO, apresentada pelo deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), que proíbe a União de gastar com ‘aborto’, ‘cirurgias para troca de sexo’, ‘invasão de propriedades rurais’ e outros pontos. Apoiada em massa pelos parlamentares de oposição, a emenda suscitou críticas dos partidos que compõem a base e será vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo indicou o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP).

“Todos esses temas são vedados pelo ordenamento jurídico brasileiro. Essa emenda é para brincar com o Congresso Nacional, é para ser usada como discurso ideológico no submundo, no porão das redes sociais”, criticou.

“Daqui a pouco faremos emendas contra a invasão de extraterrestres… A gente abre um leque que não é abrigado pelas diretrizes orçamentárias e pela Lei Orçamentária Anual. O que se pede aqui é razão. Aprovar isso é uma aberração”, criticou também o deputado Chico Alencar (Psol-RJ).

O líder da minoria, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), contestou as críticas e afirmou que a emenda não é polêmica. “É um mecanismo para impedir o uso dos impostos a favor do aborto e da troca de sexo em crianças e adolescentes. São pautas tranquilas que pretendem evitar ataques à família. Na verdade é uma convergência do que a maioria dos brasileiros pensa hoje em dia”, disse.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.

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