Parlamentares de oposição ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) estiveram em Brasília nesta sexta-feira (08) para uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No encontro, os deputados reforçaram a posição contrária ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que é debatido no Legislativo Estadual, e defenderam uma ampla discussão sobre as alternativas para o Estado possa arcar com o débito de R$ 160 bilhões que Minas Gerais possui com a União.
O grupo que se reuniu com Haddad nesta sexta-feira inclui deputados estaduais e federais ligados ao PT e a partidos de oposição ao governo estadual. Segundo o líder do bloco, deputado Ulysses Gomes (PT), durante o encontro o grupo pontuou algumas divergências com o plano alternativo apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco, que inclui a federalização de estatais mineiras como forma de amortizar o débito.
“Essa ideia levantada pelo senador Rodrigo Pacheco tem uma motivação muito importante, mas nós temos divergências de movimentos, sindicatos, deputados e outros parlamentares que tem compreensão divergente que nós vamos resolver no diálogo e na construção, desde que o princípio seja um só, a responsabilidade em resolver os problemas do Estado”, revelou o deputado.
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O plano do presidente do Congresso Nacional foi levado ao conhecimento do presidente Lula e, internamente, ainda é avaliado pelos técnicos do Ministério da Fazenda, que não emitiram nenhum parecer sobre a ideia.
Além desta solução, o governo de Romeu Zema ainda tenta emplacar na ALMG a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal - proposta instituída em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), que propunha uma série de medidas a serem adotadas pelos estados para que o débito com a União fosse renegociado. No entanto, a oposição ao governo reforçou nesta sexta a discordância com essa alternativa.
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CRÍTICAS AO GOVERNADOR
Após o encontro com Haddad, os deputados não pouparam críticas ao governador mineiro. Segundo Ulysses, Zema deveria se posicionar de forma menos ideológica ao se relacionar com o governo federal.
“Nós temos que entender que não é uma disputa para resolver o problema de um só, por isso eu quero, mais uma vez, registrar o exemplo de que a gente se sente numa mesa redonda para deixar de lado qualquer diferença entre um e outro. Na hora que a gente identificar esse papel, e respeitar, eu acho que o governador de Minas tem que compreender muito bem esse recado e entender onde ele senta, qual é o papel dele como governador, porque ele está discutindo com pessoas sérias”, disse o deputado de oposição.