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‘Há o sentimento de que a Recuperação Fiscal não é o melhor caminho’, diz presidente da ALMG

Proposta de adesão ao regime de recuperação está em pauta no plenário do parlamento mineiro, mas costuras por plano alternativo de refinanciamento continuam

Tadeu Leite chamou de “medidas duras” as ações sugeridas por Zema no plano de Recuperação Fiscal

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Leite (MDB) disse, nesta quinta-feira (7), que há, entre parte das lideranças políticas do estado, o “sentimento” de que o Regime de Recuperação Fiscal não é a opção mais adequada para aliviar os cofres públicos. Ele afirmou estar “esperançoso” quanto a uma eventual extensão, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), da liminar que suspende os pagamentos das parcelas da dívida de R$ 160 bilhões de Minas junto à União.

Veja mais: Após reunião com Haddad, Pacheco cita acordo para adiar pagamento da dívida de MG até 31 de março

“Existe um sentimento de que o Regime (de Recuperação Fiscal) não é o caminho necessário para o estado de Minas Gerais. Através da mediação – e quero agradecer ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) –, estamos tentando construir uma nova alternativa para o estado. Para que essa alternativa possa ser construida, precisamos de tempo”, disse, em entrevista coletiva na sede da Assembleia, em Belo Horizonte.

A alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal proposta pela equipe do governador Romeu Zema (Novo) foi, inclusive, debatida em Brasília (DF) nesta quinta. Houve um encontro entre Pacheco e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para tratar do tema.

Recentemente, a Fazenda pediu prazo até março para analisar a proposta de renegociação da dívida apresentada por Pacheco. A carência dos pagamentos, por sua vez, vence em 20 de dezembro. Por isso, a ideia é tentar, junto ao STF, a extensão desse prazo por mais 120 dias.

“Estou muito esperançoso e torcendo muito para que a gente consiga esse prazo. Dentro desse prazo, não tenho dúvida, o governo federal, o governo do estado, a Assembleia e Congresso, juntos, vamos conseguir construir uma alternativa melhor para nosso estado”, emendou Tadeu Leite.

Plenário inicia discussões

A Assembleia marcou três reuniões de plenário nesta quinta para tratar da Recuperação Fiscal. Na pauta está, também, o projeto de lei complementar (PLC) que cria um teto de gastos para o estado e é uma espécie de apêndice do RRF.

Segundo Tadeu Leite, apesar das reuniões às 10h, às 14h e às 18h, os textos não devem ser votados em primeiro turno hoje.

Provavelmente, alguns deputados farão emendas ao projeto, que retornará à comissão (de Fiscalização Financeira e Orçamentária) para que haja parecer sobre as emendas. Hoje é para que a gente consiga manter o calendário de 20 de dezembro no caso de não conseguirmos (prorrogar) o prazo”, projetou Tadeu Leite.

Regimentalmente, os deputados podem discutir a Recuperação Fiscal por seis reuniões antes da votação em primeiro turno.

O que cada proposta diz?

O arcabouço da Recuperação Fiscal examinada pelos deputados estaduais cita, por exemplo, a privatização da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que explora o nióbio de Araxá, no Alto Paranaíba. Além da venda da estatal, o pacote para renegociar a dívida sugere a venda, a uma instituição financeira, da folha de pagamento dos servidores.

A princípio, o RRF não trata de aumento real ao funcionalismo público, mas de duas recomposições de perdas inflacionárias.

Em outra frente, o pacote alternativo, sugerido pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e encampado por lideranças como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), defende a federalização de estatais mineiras, como a Codemig e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Para amortizar a dívida bilionária, o plano contempla, também, a utilização de créditos judiciais que o estado poderia acessar, bem como a criação de um programa de refinanciamento de débitos voltado a entes federados.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.